Inteligência artificial para diagnosticar e robôs para cuidar: como a tecnologia tem dado munição contra a covid-19
Com uma pandemia que pôs o mundo de quarentena, instaurando o distanciamento social, vários desafios se impuseram. Felizmente, a tecnologia – a mesma que tem transformado a maneira como fazemos negócios, gerenciamos processos e pessoas e, ainda, inovamos – tem nos dado muita munição para lutar contra alguns deles – e de maneiras que antes pareciam impossíveis.
Neste post, vamos levantar alguns aplicações de tecnologia ao combate à pandemia que, de tão interessantes, já viraram cases.
1. Mantenha a distância com IA ou Bluetooth
A Landing AI criou uma ferramenta que analisa vídeos em tempo real para monitorar o respeito à distância social. Segundo a própria empresa, ela é ideal para ambientes de trabalho como indústrias, que geralmente possuem sistemas de câmeras de segurança aos quais a ferramenta pode ser aplicada.
De acordo com o MIT Technology Review, Google e Apple vão oferecer um sistema bem parecido com esse, que vai acompanhar o contato entre pessoas que possam espalhar a doença.
Só que, em vez de Inteligência Artificial, ele usa uma tecnologia bem conhecida nossa: o bluetooth. Como o sinal está sempre buscando outros aparelhos no entorno, por meio dele, o dispositivo pode avisar aos usuários, por exemplo, se você está a uma distância segura de outras pessoas. Numa plataforma, pessoas que tenham diagnóstico positivo poderão incluir essa informação, para que medidas de contenção sejam tomadas por região.
O desafio das equipes, no entanto, é conseguir fazer o bluetooth medir distâncias com eficiência. Mas isso é outra história, o que conta é a aplicação da tecnologia no combate à pandemia. Vamos a mais uma tecnologia.
2. Chatbot e telemedicina para consultas de saúde
Sabemos que o novo coronavírus é extremamente contagioso. Por isso, uma das orientações que mais ouvimos, depois de lavar as mãos, é: se tem sintomas que ainda não sejam graves, não saia de casa. Mas, ainda assim, deve ser prestado algum atendimento.
Com consultas online feitas por chatbots, cada paciente pode passar por uma triagem sem se expôr e nem expôr ninguém a infecção. Essa seleção proporciona todas as informações sobre como proceder e um direcionamento ao paciente.
Segundo a Times, em Singapura, mais de 1 milhão de pessoas usaram em algum nível o aplicativo MaNaDr, que também faz virtualmente todo o acompanhamento dos pacientes que tenham a suspeita de convid-19 confirmada.
Aqui no Brasil, a telemedicina foi aprovada em caráter excepcional justamente para atender essa demanda oriunda da pandemia.
3. IA ajuda no diagnóstico de coronavírus
Testada em vários países, inclusive no Brasil, o uso da IA para o diagóstico de coronavírus, assim como outras doenças, é uma realidade promissora, sobretudo se considerarmos a incapacidade de aplicação ampla de testes, o altíssimo volume de pacientes e ainda alta exposição dos profissionais de saúde à contaminação.
No projeto brasileiro, realizado pelo Hospital Israelita Albert Einstein e o Labdaps, da USP, a IA foi treinada com os dados de 164 pacientes com suspeita de covid-19 que tiveram o diagnóstico confirmado posteriormente por exame. Em testes, a eficiência do algoritmo foi de 78%. Com mais aprendizado, a tendência é que a IA se torne mais precisa.
Já a gigante chinesa Alibaba desenvolveu um sistema de IA que, em tomografia computadorizada, define em 20 segundos, com precisão de 96%, se um paciente tem covid-19. Só para comparar, segundo a empresa, humanos demorariam cerca de 15 minutos para fazer o diagnóstico.
E para fechar, a qure.ai é outro case de aplicação de IA, mas nesse caso à análise de imagens de radiografias.
4. Robôs representam estudantes em cerimônia de graduação no Japão
Certamente este não é o melhor momento para pessoas se reunirem em eventos como cerimônias de formatura e de casamento. Mas, só para pessoas. Então, por que não mandarmos robôs no nosso lugar?
Parece estranho para você? Não para os estudandes da Business Breakthrough University, de Tóquio, que fizeram sua formatura em evento remoto mandando vários robôs em seu lugar.
Cada robô, além de estar vestido de beca, tinha no rosto um tablet em que se via o formando em tempo real. Em casa, pelo computador, os estudantes controlaram os movimentos da máquina, por exemplo, para ir até o palco receber o diploma.
5. Hospitais usam robôs-enfermeiros para desinfetar áreas e atender pacientes
O distanciamento causado pelo novo coronavírus não vale apenas para quem está em casa. Para quem está internado a regra é a mesma. O que muitas vezes, torna quadros já complicados verdadeiros dramas familiares. Imagine, em um momento de doença, não poder dar nem receber conforto familiar.
Outro ponto na atenção hospitalar é a exposição de profissionais de saúde a uma doença extremamente contagiosa. Por isso, da China para o mundo, robôs-enfermeiros checam a temperatura, respondem perguntas, entregam refeições, medicamentos e outros suprimentos para os pacientes. E, para fechar o pacote de serviços, ainda limpam e desinfetam todas as áreas.
6. Assistentes virtuais amiga
Google Home, Alexa, Siri… os assistentes virtuais estão se fazendo cada vez mais familiares. E para quem acha que os idosos passam longe de itens como esse, se engana redondamente. Está aí uma verdadeiro nicho promissor, considerando o envelhecimento da população, aumento da qualidade de vida na velhice etc.
Diferentemente de celulares e computadores, que ensejam um uso bem mais próximo, a possibilidade de comando por tecnologia de voz e a distância torna o uso desses dispositivos bem mais intuitivo. Basta que o usuário peça o que deseja.
Por isso, com o isolamento social, os assistentes virtuais foram uma solução tecnológica a que recorreram vários asilos, por exemplo.
7. Drones para entregar suprimentos e dispersar aglomerações
Os primeiros surgiram na China, mas hoje também se veem no Brasil.
Os drones são uma maneira tão rápida quanto segura de patrulhar grandes áreas, desinfetar espaços, alertar pessoas sem máscara, dispersar multidões e até de entregar suprimentos e medir a temperatura de pessoas em áreas de difícil acesso.
8. Pagamento mobile para reduzir contato
A pandemia forçou bancos a acelerar sua mudança aos canais digitais, para que as operações pudessem continuar. E a resposta foi rápida. Tanto que a transformação a que submeteram os bancos asiáticos também viraram case sobre como manter as atividades, proteger os colaboradores e manter consumidores informados nesta pandemia.
Muitas instituições conseguiram expandir a oferta de vários serviços financeiros que reduzissem a necessidade de ida em pessoa até o banco, desde operações básicas até mais complexas, aderindo a assinatura digital, entrega de documentos online e reconhecimento eletrônico do cliente.
Dada a necessidade de transferência de renda, o Brasil, por exemplo, que tem 1 em cada 3 adultos ainda sem conta bancária, viveu o desafio foi o da bancarização. Como se inclui 45 milhões de pessoas no sistema bancário em três semanas?
Em novembro, aguardamos o PIX – Sistema de Pagamentos Instantâneos criado pelo BC, que vem com a promessa de dar um giro enorne na forma como vemos as transações financeiras.
Soluções em tecnologia para o coronavírus: o que dá para fazer agora
Apresentar maneiras, seja com tecnologia de ponta ou não, mais do que uma oportunidade, é uma responsabilidade das organizações.
Evidentemente, várias das tecnologias aqui apresentadas levantam questionamentos éticos, como os que dizem respeito à privacidade e proteção de dados, e sociais, como os que dizem respeito à democratização da tecnologia, uma realidade da qual estamos distantes. Tais questões devem ser feitas, sempre.
Agora, cabe a nós usarmos tais aplicações como uma inspiração para novas iniciativas.
Se você tiver uma ideia e quer alguém para implementá-la, aqui está! Conte seus insights para nossos especialistas!