Entenda o cenário da agroindústria, um dos setores mais relevantes para o PIB nacional, em 2019.
Assim como a economia brasileira, indústria e agroindústria no Brasil voltaram a crescer em 2019, depois da queda em 2018.
Entenda, neste post, os motivos dessa recuperação.
A agroindústria brasileira em 2018: um ano de retração
O ano de 2018 na agroindústria do Brasil foi marcado intensamente pela greve dos caminhoneiros. Ocorrida entre maio e junho de 2018, seus efeitos em logística condicionaram o desempenho de praticamente todos os setores econômicos no ano passado, com especial destaque para a agroindústria.
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em 2018, enquanto a indústria geral desacelerou, mas fechou o ano com crescimento de 1,1%, a agroindústria perdeu mais força.
Se o crescimento acumulado da produção agroindustrial no período entre janeiro e abril de 2018 foi de 4,3%, entre maio e dezembro de 2018 essa mesma produção acumulou uma queda de 3,1%, na comparação com o mesmo período de 2017. Com isso, o setor terminou o ano em campo negativo, com uma contratação de 1% em relação a 2017.
Essa baixa no desempenho pós-greve dos caminhoneiros, segundo as pesquisas, também ocorreu nos dois principais segmentos da agroindústria, porém, com mais intensidade entre os produtos alimentícios e bebidas do que entre os produtos não alimentícios.
Antes da greve, o segmento de produtos alimentícios e bebidas acumulou um crescimento de 4,1%. No período pós-greve a produção desse grupo caiu 7,2%. No segmento de produtos não alimentícios, apesar da notável desaceleração causada pela paralisação, o crescimento acumulado no período pós-greve chegou a 1,8%.
Agroindústria brasileira em 2019: os números
De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Produto Interno Bruto (PIB) da agroindústria cresceu em abril de 2019 0,29% em relação ao mesmo mês do ano anterior. E nos primeiros 4 meses de 2019, a alta foi de 0,34%.
Segundo a informação divulgada em nota pela Assessoria de Comunicação da CNA, a agroindústria cresceu mais do que o agronegócio como um todo, que obteve um crescimento de apenas 0,05% no ano.
Esse resultado foi obtido principalmente pela alta de quase 20% nos preços dos fertilizantes e corretivos de solo e pela elevação de 11% no valor das rações para animais.
A agroindústria brasileira na economia
A agroindústria brasileira respondeu em 2018 por 34,7% do PIB do agronegócio do país, de acordo com o Cepea.
Por ser um setor importante para o universo agro e para a economia do país, a FGV Agro lançou o Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro), para acompanhar a evolução da agroindústria no Brasil e comparar o desempenho agroindustrial com o de outros segmentos importantes da indústria nacional.
Segundo os estudos, o desempenho da agroindústria responde aos movimentos de 3 variáveis principais:
- Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br),
- Índice de Confiança da Indústria da Transformação da Fundação Getúlio Vargas (ICI-FGV) e
- Taxa de Câmbio (R$/US$).
Com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a FGV Agro listou a participação de cada setor na composição da Agroindústria, conforme tabela, abaixo.
Produtos alimentícios e bebidas – 51,6%
- Produtos alimentícios – 41,3
- Origem animal – 21,6%
- Origem vegetal – 19,7%
- Bebidas – 10,3%
- Alcoólicas – 5,2%
- Não alcoólicas – 5,1%
Produtos não alimentícios – 48,4%
- Bicombustíveis – 3,1%
- Borracha – 3,4%
- Fumo – 3,8%
- Insumos agropecuários – 7,9%
- Produtos florestais – 12,7%
- Produtos têxteis – 17,4%
Mercado de trabalho no agronegócio nacional
Nos três primeiros meses de 2019, a população ocupada no agronegócio foi de mais de 18 milhões de pessoas em todo território nacional, segundo dados do relatório divulgado pela Cepea, da Esalq/USP, sobre o Mercado de Trabalho do Agronegócio.
De acordo com as pesquisas, a participação do agronegócio no mercado de trabalho brasileiro foi de 19,67% no primeiro trimestre de 2019 e a região do país que mais empregou trabalhadores no setor foi a Centro-Oeste, nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.
O salário médio também obteve um aumento de 5,39% para os trabalhadores do agronegócio, considerando esses empregados, trabalhadores atuando por conta própria e empregadores. Se, em 2012, a média mensal era de R$ 1.800,00 reais, em 2018 passou para R$ 2.300,00. Um aumento médio de 100 reais ao ano.
Soluções inteligentes garantem crescimento na Agroindústria
Incorporar inteligência à agroindústria é o que muitas empresas do setor vêm fazendo para aumentar a produtividade agrícola por meio da automatização de processos. Segundo os especialistas em gestão automatizada, trabalhar com sistemas de controle de qualidade gera ganhos de eficiência e precisão nos resultados.
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Com o data science e inteligência artificial a competitividade do setor agroindustrial cresceu e como isso veio a redução de custos e tempo para as empresas, além do aumento do controle das informações.
A aplicação da Internet das Coisas (IoT), que conecta dispositivos eletrônicos a máquinas, e o armazenamento de dados em nuvem, possibilitam maior agilidade na transmissão de dados, garantem melhores análises e tomadas de decisão.
Indústria e tecnologia: lado a lado
A difusão dessas novas tecnologias, aliás, é parte da Estratégia Brasileira para a Transformação Digital definida em decreto assinado por Michel Temer, durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, em 2018.
Inclusive, o Agronegócio foi uma das quatro áreas prioritárias de direcionamento de iniciativas e políticas públicas para o desenvolvimento da IoT no território nacional. A escolha tem como foco aumentar a produtividade e relevância do Brasil no comércio mundial de produtos agropecuários, com elevada qualidade e sustentabilidade socioambiental, além de posicionar o país como maior exportador de soluções de IoT para a agropecuária tropical.
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