Saiba em que momentos usar design patterns é interessante para qualificar e acelerar suas entregas de softwares
Os design patterns são uma alternativa boa para organizações que têm problemas com qualidade e celeridade em seus projetos de software.
Primeiro, porque, a partir dos padrões, é possível implementar uma solução personalizada, que se adapte à realidade do seu negócio. Depois, porque os design patterns têm a característica de ser facilmente renováveis. Eles não estão vinculados a um problema específico, mas sim a determinados padrões de design que são adequados para determinadas situações.
Entretanto, nem sempre é simples usá-los. Se aplicados em cenários impróprios, podem não gerar os resultados esperados.
Diante disso, quando é interessante usar design patterns para o desenvolvimento de softwares dentro da organização?
Isso é o que você vai ver neste artigo, que aborda também o que são design patterns, quais os tipos de DPs que existem no mercado e por que sua organização deve usar.
O que são design patterns?
Design patterns ou padrões de design são soluções estandardizadas para problemas típicos e repetitivos em projetos de software. Eles são consagrados e difundidos, testados exaustivamente por desenvolvedores e, por isso, também representam as melhores práticas de programação orientada a objetos.
O conceito de design patterns foi introduzido por Christopher Alexander em 1977. No entanto, dez anos depois, em 1987, Kent Beck e Ward Cunningham deram vida aos padrões da ciência da computação moderna. Vários anos se passaram e em 1994 a Gang of Four publicou Design Patterns: Elements of Reusable Object-Oriented Software.
Desde então, o trabalho de Erich Gamma, Richard Helm, Ralph Johnson e John Vlissides está constantemente ajudando os desenvolvedores a introduzir as melhores práticas.
Design patterns vs. design principles
A principal diferença entre design patterns e design principles é que os patterns se aplicam a problemas comuns específicos do projeto e os principles se aplicam a toda a programação.
Basicamente, também podemos resumir que os principles são as melhores práticas a serem seguidas para alcançar uma arquitetura escalável e um alto desempenho para o software. Já design patterns são técnicas sobre como fazer o design e arquitetar o código.
Tipos de DP
Em uma divisão proposta pela Gang of Four, podemos separar os padrões do projeto em 3 tipos:
1. Padrões de criação - Esses padrões estão associados a mecanismos de controle de criação de objetos. Entre os cinco mais conhecidos, possíveis de implementar em um amplo escopo de linguagens de programação:
- Padrão de fábrica abstrato
- Padrão de construtor
- Padrão de método de fábrica
- Padrão de protótipo e
- Padrão Singleton.
2. Padrões estruturais - O recurso mais importante desses padrões é facilitar a operação e os aplicativos de design. Entre os mais usados, destacam-se:
- Padrão adaptador
- Padrão de decorador
- Padrão de fachada
- Padrão de proxy e
- Padrão composto.
3. Padrões comportamentais - A principal tarefa desses padrões é introduzir flexibilidade para soluções conectadas com a comunicação entre objetos, focados na alocação de funções e deveres específicos. São eles:
- Padrão de iterador
- Padrão de observador
- Padrão de comando
- Padrão de estratégia
- Padrão de método de modelo.
Saiba mais: Como a lei de Conway afeta o desenvolvimento de software?
Por que usar design patterns?
Elaborados por profissionais experientes em desenvolvimento de softwares, os design patterns podem tornar seus projetos mais resistentes a mudanças e mais fáceis de manter.
Listamos abaixo outras 5 razões para usar design patterns e mantê-los como parte do seu conjunto de ferramentas de desenvolvimento.
1. Facilita a jornada da sua equipe de desenvolvedores
O universo de desenvolvimento de software está em constante mudança. Requisitos mudam, sistemas crescem e novos recursos são acionados. Diante desse cenário, como construir um software que não seja tão impactado com o tempo? Não existe uma solução pronta, mas uma das opções é usar técnicas para tornar os projetos orientados a objetos mais resistentes a mudanças. Os design patterns oferecem isso.
2. Melhora as habilidades orientadas a objetos do time
À medida que seu time de desenvolvedores passa a utilizar padrões de design para desenvolver softwares, a tendência é que a prática se torne rotineira. Com a prática, os princípios de projeto chegarão além dos fundamentos da orientação a objetos e serão incorporados no dia a dia, tornando a equipe melhor.
3. Possibilita reconhecer padrões em bibliotecas e linguagens
Como soluções para problemas de design, os design patterns fazem com que o profissional entenda rapidamente como o design do objeto é montado e como ele funciona. Com isso, ele se torna capaz de reconhecer esses padrões em bibliotecas e linguagens de programação diversas. Nesse caso, conhecer os padrões fornece ao profissional uma vantagem na compreensão do design.
4. Ter um vocabulário compartilhado entre a equipe
A partir do momento em que a equipe aprende padrões de design cria-se uma familiaridade com os padrões comuns e um novo poder de comunicar as intenções do projeto entre o time. Ou seja, quando um membro da equipe se comunica por padrões, outros desenvolvedores saberão imediatamente e com precisão qual o design que um dos profissionais está descrevendo.
5. Desfrutar da sabedoria que vem dos padrões comprovados
Embora haja uma curva inicial de aprendizado maior para toda a equipe, usar padrões de design é o caminho para construir um software melhor e mais sustentável. Desfrutar da sabedoria dos padrões é basear-se no que já foi estudado, testado, usado e aprovado pelos profissionais mais experientes, que geralmente têm uma visão profunda, obtida por meio de trabalho e experiência na construção de muitos sistemas.
Leia também: Como otimizar o software legado a fim de otimizar processos?
Como saber quando usar?
Nem todas as soluções se encaixam perfeitamente em um padrão de design existente. Assim como nem todos os design patterns resolvem o problema do seu projeto.
Por outro lado, ao escolher o padrão de design certo para as suas necessidades de negócio, em um cenário específico, vai ajudar sua equipe a manter o código limpo, modular e legível.
Mas como saber quando usar? A resposta é simples: quando a introdução de algum padrão traz vantagens sobre não usá-lo. Entre as vantagens, você pode considerar ganho de desempenho, simplicidade, entre outras.
Normalmente, os padrões de design de softwares são usados para explicar o que o código faz e de que maneira funciona. Assim, o uso de referências para chegar a soluções pode ser implementado de muitas maneiras e em cenários diferentes.
Veja abaixo 3 reflexões que você precisa fazer antes de considerar usar os design patterns:
1. Não fique preso a padrões
Ficar preso a algo ruim, que não seja flexível nem suficiente para seu projeto só porque se trata de um padrão é um erro. Ironicamente, dependendo do cenário, o excesso de padrões pode levar ao fracasso do seu projeto.
2. Considere refatorar para um padrão
Para evitar o abuso de design patterns, considere refatorar para um padrão em vez de começar de um. Não comece tentando forçar um padrão em seu design. Provavelmente, o design poderia ser muito mais simples sem ele.
3. Não se force a acertar na primeira vez
Forçar padrões ou estruturas de design de software não é a resposta. Fazer um protótipo ou uma Prova de Conceito (PoC) pode ajudar nisso e até mesmo a evitar problemas de engenharia excessiva.
Veja: Estimativa de software: 7 boas práticas para torná-la efetiva
Design patterns: aprimore suas práticas
Como vimos, conhecer os design patterns é fundamental para times que atuam no desenvolvimento de softwares, uma vez que eles fornecem soluções para problemas comuns recorrentes do projeto.
Além disso, os design patterns também são vistos como as melhores práticas empregadas por desenvolvedores experientes, que usam padrões de design para tornar seu aplicativo escalável e flexível.
Eles devem ser usados toda vez que forem úteis, isto é, melhorarem a qualidade do código. E isso significa dizer qualquer melhora.
No entanto, os design patterns não existem para serem usados indiscriminadamente. Mais do que aprender os padrões, o importante é saber identificar os cenários e problemas que os padrões devem abordar.
Ou seja, a aplicação do padrão é simplesmente uma questão de usar a ferramenta certa para o trabalho. É o trabalho que deve ser identificado e compreendido antes que a ferramenta seja escolhida.
Lembre-se: os design patterns podem falhar quando não são bem usados e compreendidos pela equipe. Ao invés de ajudar, eles podem dificultar ainda mais o entendimento do time sobre o que está acontecendo.
Nesse universo dos design patterns, você encontrará padrões bons para determinados projetos e não ideais para outros. A ideia principal dos padrões é tornar tudo o mais simples possível, para que no final o software seja limpo, flexível e totalmente conectado às necessidades do seu negócio.
