Sucesso da migração depende da conexão da estratégia cloud à transformação digital das empresas
Apesar de constantemente reiterados, benefícios como levar habilidades para o mercado mais rapidamente, inovar com mais facilidade e escalar com mais eficiência e menos riscos só são sentidos pelas organizações que conseguem alinhar sua estratégia cloud à transformação digital.
E até o momento, apesar do crescimento dos provedores e de todas as evidências de que tais benefícios sejam possíveis, poucas organizações estão conseguindo isso – pelo menos, no ritmo e na escala esperados e previstos.
Segundo pesquisa da McKinsey, por exemplo, entre as grandes empresas, apenas de 10% a 15% das aplicações estão na cloud, e essas aplicações não são as mais críticas, que continuam a ser hospedadas em data centers tradicionais. Já segundo a Accenture apenas 37% das empresas dizem que conquistaram grande valor de seus investimentos em cloud.
Isso significa que, embora promissora, a adoção bem-sucedida da cloud não é simples. Para nós, um dos fatores cruciais para o sucesso é a estratégia cloud, que vai conectar a adoção ao nível maior da transformação digital da organização.
Entre os problemas ligados à falta de um plano de operação holístico na cloud, que coloque a sua adoção no escopo de uma transformação das tecnologias do negócio, estão: apego a modelos de implementação tradicionais, adoção limitada a iniciativas isoladas, como hospedagem de aplicações, e migração lift and shift.
Tais problemas acabam, por fim, tornando qualquer progresso posterior em cloud impossível, já que os líderes de negócio não veem benefícios, a TI não consegue construir a automação ou as arquiteturas de referência necessárias para um bom uso do serviço, e os custos e riscos aumentam consideravelmente.
Mas como fazer isso? É o que veremos neste artigo.
Estratégia cloud: o fator pandemia
Como diz a Accenture, a cloud é o fundamento da transformação digital. Se antes as organizações gastavam rios de dinheiro e de energia comprando servidores e construindo data centers, hoje a cloud gera ROI.
Em 2020, com a pandemia, isso se radicalizou. Há quem diga que a pandemia foi um momento único na transformação digital. De fato. E isso inclui a adoção da cloud, cujo engajamento está se mostrando forte.
Enquanto, durante a pandemia, o investimento em cloud havia aumentado apenas um pouco e iniciativas relacionadas à cloud foram, quando não adiadas, canceladas, no terceiro trimestre de 2020 – já com um novo normal e, consequentemente, projetos mais a longo prazo se desenhando – elas aumentaram 33% no mundo, segundo a Canalys.
No entanto, todo esse engajamento veio junto com muita velocidade, o que significa que o elemento estratégico, que conectaria uma adoção ou ampliação da cloud ao escopo maior da transformação digital, pode ter sido negligenciado.
Agora as organizações precisam aprofundar a relação de sua estratégia em cloud ao negócio, conectando-a à a sua digitalização, sob pena de verem seus investimentos não gerarem tanto valor. Como mostra pesquisa da Accenture, o valor da cloud para a organização aumenta junto com o aumento da adesão: enquanto apenas 28% dos que adotam pouco veem os benefícios esperados, esse percentual salta para 46% entre quem adota amplamente.
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Alinhando a estratégia cloud à transformação digital
Para a McKinsey, o caminho é focar investimentos em domínios de negócio onde a cloud possa aumentar lucros e melhorar margens, selecionar uma tecnologia e modelos que se alinhem com a estratégia de negócio e limites de risco, e desenvolver e implementar uma modelo de operações que seja orientado em torno da cloud.
Para isso, a organização deverá avaliar oportunidades na nuvem para atender as demandas da organização, ter ampla visão do mercado de cloud e das soluções, utilizar uma metodologia para criar uma estratégia cloud.
Como fazer operacionalizar essas iniciativas?
1. Apoio do CEO
O apoio, em primeiro lugar, do CEO, será fundamental para criar uma estratégia cloud alinhada à transformação digital.
Isso porque é comum que a priorização de funcionalidades que o negócio precisa agora se sobreponha aos investimentos em infraestrutura que vão permitir que a companhia adicione funcionalidades mais rápida e facilmente no futuro.
CEOs podem ajudar as demais lideranças a reconhecer que os investimentos em infraestrutura representam uma fonte de vantagem competitiva, não apenas mais um custo a ser gerenciado.
2. Trabalho em conjunto com o C-level
CIOs não vão fazer uma estratégia cloud alinhada à transformação digital do negócio sozinhos, mesmo com o apoio do CEO. Como a McKinsey bem coloca, a transição para a cloud é uma questão coletiva e de orquestração.
Por isso, CIOs vão precisar do apoio ativo do resto do time de gestão, sob pena de tomarem decisões limitadas aos parâmetros da TI e de, com isso, criarem problemas significantes para as áreas de negócio.
Juntas, as lideranças deverão desenhar um modelo operacional que reflita e apoie essa integração de sistemas em vez de tecnologias individuais.
A tomada de decisão envolverá itens como estabelecer um modelo de orçamento, desenvolver um modelo operacional de tecnologias de negócio e estabelecer os meios de executar isso. Não há respostas certas a essas perguntas: as organizações precisam tomar suas decisões com base no tipo de risco que querem assumir.
O resultado a ser buscado, no entanto, é claro: uma visão unitária e uma abordagem convergente de TI e negócios que, na prática, servirá de guia precisamente para os desenvolvedores que deverão configurar os serviços cloud.
3. Mudar a perspectiva de projetos a produtos
Uma estratégia cloud criada no escopo da transformação digital redesenha o processo de implementação de ponta a ponta, usando práticas cloud nativas para criar uma nova experiência de desenvolvimento, baseada em uma perspectiva de produto, não de projeto. Qual a diferença?
Projetos são investimentos unitários feitos em ciclos. Já produtos requerem orçamento mais estável e contínuo, além de liderança para otimizar novas funcionalidade e mitigar dívida técnica.
Essa abordagem integrada manterá o time focado em entregar um produto em vez de elementos isolados, mas requererá product owners ou gerentes de produto para administrá-la. Adicionalmente, adotar maneiras iterativo-incrementais de trabalhar e práticas DevOps será fundamental.
Para otimizar a execução da estratégia cloud dentro de uma perspectiva de produto, a interação entre product owner de negócio e da TI será constante.
4. Adquirir talentos
Uma estratégia cloud alinhada à transformação digital deverá ser executada por profissionais especializados e muitas vezes difíceis de encontrar, como desenvolveres full-stack, engenheiros de dados, engenheiros de segurança de dados, engenheiros de cloud etc.
Pesquisa da SPR aponta para um alto nível de desconexão entre CIO e desenvolvedores, em que aqueles têm uma visão mais otimista do que quem está executando o trabalho no dia a dia, em relação a aspectos como avanços pós-pandemia, maturidade em cloud, boas práticas de governança.
Contar com a expertise em recrutamento e formação de times de TI de empresas de outsourcing como a Supero pode ajudar a acelerar a construção dessa inteligência.
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Estratégia cloud: agilidade, escalabilidade e capacidade de inovação
A transição para modelos digitais de negócio, requerida por uma economia que se mostra cada vez mais consistente nesse caminho, só pode ser acelerada por meio de plataformas cloud.
Além disso, CIOs estão tendo que dar suporte a equipes descentralizadas e a clientes que querem comprar e ser suficientemente bem atendidos de qualquer lugar.
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É evidente que softwares licenciados e data centers não adicionam o valor que as organizações precisam. Aliás, são mais arriscados.
No entanto, apesar de todas as evidências em torno dos benefícios da cloud, vimos que a adoção da tecnologia tem sido um caminho difícil para as organizações.
Sugerimos que a resposta a esses problemas viria da conexão de uma estratégia profunda de adoção da cloud à transformação digital da organização e que ela se materializaria com o apio do CEO, com o trabalho das lideranças em conjunto, com uma visão orientada a produto e não a projetos e, por fim, com um time construído sob medida.
Se você deseja trilhar este caminho na sua organização, fale com um de nossos consultores!