Resiliência da cadeia virá por meio de logística digital, e transformação está só começando
Quando falamos sobre o que a pandemia revelou a respeito da logística mundial, sabemos de pelo menos duas coisas: primeiro, que a sua fragilidade ficou evidente; e depois que a recuperação da resiliência se daria por meio de uma logística mais flexível e ágil, ou seja, por meio de uma logística digital.
Mais uma vez, as tendências em logística do pós-pandemia vêm confirmadas: agora, por lavantamento da McKinsey, realizado em maio de 2020. Vejamos alguns números que confirmam os gaps profundos em logística:
- 85% das organizações sofreram com tecnologias digitais ineficientes
- 75% tiveram problemas com produção e distribuição
- 73% tiveram problemas na sua base de fornecedores
- 48% experimentaram atrasos na tomada de decisão em virtude do home office.
Para além da constatação de que, apesar do enorme potencial, a tecnologia ainda longe de permear as cadeias logísticas atuais, vejamos como os líderes entrevistados pretendem responder a esses desafios e pavimentar o caminho da resiliência:
- 90% planejam aumentar suas skills em logística digital
- 93% buscarão aumento de resiliência por meio de ações como fontes duplas de matérias-primas, maiores estoques de produtos críticos, aumento da base de fornecedores e regionalização de cadeias de suprimentos
- 54% mudarão o planejamento logístico por meio de analytics, centralização de tomada de decisões e aceleração do ciclo S&OP.
Depois dessa introdução, a pergunta que fica é: como os líderes vão começar a viabilizar tais planos? É o que veremos neste post. Não sem antes nos aprofundarmos melhor no tipo de abordagem que o momento exige das lideranças.
O momento da logística é de transformação, não de ajuste
Um aspecto que chama a atenção dos analistas é que, quando se trata de repensar a logística em termos digitais, não estamos falando de fazer apenas ajustes temporários.
Todas as respostas para os desafios citados acima requerem uma abordagem disruptiva, não simplesmente incremental. O momento é de transformação e de mudança profunda. Na linguagem Lean, estamos falando não de um kaizen, mas de um kaikaku.
Transformação, em todo negócio, nunca acorre naturalmente e sem mais. É uma amarração complexa de pessoas, processos e ferramentas – que só ocorre com a eliminação dos vários obstáculos a mudanças que os envolvem.
Além disso, se num mundo pré-pandemia, as organizações poderiam empreender com uma margem de erro maior, hoje essa margem está mais limitada.
Mas as organizações parecem estar dispostas a fazer isso. Fato esse corroborado na mesma pesquisa da McKinsey. O cenário de investimento é maciço em logística: apenas 11% dos entrevistados afirmaram ter restrições de orçamento para a transformação digital da logística, o que indica a urgência e percepção de valor para as organizações.
3 recomendações sobre como começar em logística digital
1. Adotar um mindset digital
A transformação digital começa pela transformação comportamental, acima da tecnológica.
Precisa haver um reconhecimento e uma vontade de investir tempo, energia e dinheiro nisso, porque a mudança para uma logística digital exigirá engajamento em todos os níveis organizacionais.
Nunca é fácil abandonar hábitos adquiridos e consolidados pela prática, mesmo que a mudança seja vendida como melhor. Fatores como resistência e desmotivação se transformam em baixa adesão ou subuso de ferramentas, por exemplo. Isso também se evidencia pela característica queda de rendimento que acompanha toda a transformação.
Para criar esse mindset digital, será fundamental desenvolver skills técnicas e comportamentais, como metodologias ágeis, bem como trabalhar a partir das necessidades setoriais, para conectar pessoas e ideias a projetos.
2. Mapear a cadeia de valor logística
Você não obterá todos os benefícios da transformação digital na logística se tiver processos ruins. Dissemos que a pandemia escancarou muitos problemas em logística, os quais vão além dos problemas comuns.
Gerenciar gaps e riscos antes de que eles virem problemas reais requererá o conhecimento detalhado sobre as dores dos clientes, sobre as conexões de seus fornecedores, assim como suas vulnerabilidades em planejamento, fornecedores, sistemas de transporte, financeiro e habilidades, independentemente de elas serem inerentes a seu segmento ou causada por decisões.
A Harvard Business Rewiew mostrou que esse não é o caso: “só uma pequena minoria das empresas que investiram em mapeamento de sua rede de suprimentos antes da pandemia estavam bem preparadas”.
Para entender onde quebrar o ciclo e adotar uma nova abordagem em processos, ter a visão coordenada da estrutura de ponta a ponta da cadeia de valor em logística vai ajudar.
3. Identificar oportunidades de digitalização e automação
Falamos acima de entendimento sobre o fluxo de valor ao longo de toda a cadeia logística. Agora, você deverá pensar em redesenho e otimização.
Nesta fase, você poderá optar por sistemas de integração das operações, do setor de compras à entrega, facilitando a comunicação, desburocratizando processos, diminuindo erros e melhorando o lead time.
Ademais, com os dados provenientes do monitoramento em tempo real, problemas e oportunidades serão diagnosticados.
Incorporação de IoT, robotização, bem como de analytics, são só alguns exemplos de como proporcionar visibilidade das operações em tempo real ajudará a organização a reagir rapidamente quando necessário, mas também a identificar oportunidades.
Logística digital: pavimente o caminho da transformação
Falamos sobre como começar a transformação para uma logística digital, mas a grande lição que fica é que a simples introdução de tecnologias novas, sem as esperadas mudanças em cultura, gestão e operações, não proporcionam os benefícios esperados.
Em última instância, não há uma fórmula que garanta sucesso e mesmo que você atinja alta performance o gerenciamento contínua. Por isso, nada como finalizar este artigo com um de nossos cases.
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