Gestão

Scrum com kanban: como aplicar o Scrumban

22 de Dezembro de 2020

por Marketing

Tempo de leitura: 6 min

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O Scrumban, ou o Scrum com Kanban, une o melhor das suas práticas

Desenvolvimento iterativo-incremental pode ser otimizado com fluxo contínuo? Ou, em outros termos, o Kanban pode contribuir de alguma maneira na prática do Scrum, beneficiando o desempenho de times de desenvolvimento de softwares?

Muitos especialistas, como Corey Ladas, acreditam que sim. Inclusive os próprios criadores do Scrum, Ken Schwaber e Jeff Shuterland, que têm no Sistema Toyota de Produção e no Lean Thinking um de seus principais modelos, também.

Na esteira deles, algumas ferramentas, como o JIRA, já partem da premissa de uma aplicação conjunta dos dois frameworks em sua concepção, oferecendo recursos para que ela se consolide dentro do time em prol de softwares funcionais e vendedores.

Então, neste post, veremos como essa relação entre Scrum e Kanban se dá, o motivo disso, os benefícios e, claro, como funciona na prática.

O Scrum

Criado em 1993 por Ken Schwaber e Jeff Shuterland como um contraponto ao desenvolvimento em cascata de softwares, o Scrum é uma metodologia ágil de desenvolvimento incremental e iterativo por meio da qual são produzidos e entregues softwares confiáveis e funcionais, que atendem as expectativas de stakeholders e de usuários, dentro de um prazo e orçamento mais previsíveis.

Porta de entrada de muitos times e organizações no agile, o Scrum contempla funções e mecânica padrão pautada em valores como compromisso e respeito mútuo, coragem e abertura, além de foco, criando um ambiente evolucionário, adaptativo e corretivo.

Leia mais: Guia Scrum: do conceito à prática

O Kanban

O kanban foi a solução encontrada dentro da Toyota por Taiichi Ohno para viabilizar a criação de um fluxo contínuo de pequenos lotes passível de se transformar incrementalmente para melhor, isto é, o sistema puxado pela demanda do cliente, dentro do Lean Thinking.

curso lean thinking

Mas foi pelas mãos de David Anderson que o kanban foi aplicado, pela primeira vez, no contexto do desenvolvimento de softwares.

Concidentemente, já em uma abordagem concomitante com agile – no caso de Anderson, de Teoria das Restrições (TOC) e do Desenvolvimento por Funcionalidades (FDD).

Como ferramenta da gestão visual, o Kanban produz entendimento e visibilidade imediata sobre um fluxo de valor, mostrando gargalos e excessos de trabalho em andamento, de modo a forçar a equipe a refletir sobre processos e problemas de desempenho e a encontrar maneiras de melhorá-los para chegar a um fluxo tão contínuo quanto possível.  

Leia mais: Kanban: conceito, princípios e boas práticas

Por que juntar Scrum com Kanban?

Como lemos em Scrum: a arte de fazer o dobro do trabalho na metade do tempo, de Jeff & J.J Sutherland, o Scrum tem o Sistema Toyota de Produção – sobretudo a ideia de fluxo contínuo como gestão de desperdícios – como uma fonte de inspiração e referência constante. Aliás, o Scrum é visto pelos seus fundadores como uma espécie de fluxo, ainda que com ciclos de incremento definidos (sprints).

Para os criadores do Scrum, as ideias de fluxo contínuo e de gestão de desperdícios estariam na base dos ciclos de incremento-iteração, que seriam maneiras de limitar e priorizar o trabalho em andamento (WIP) e chegar ao fluxo de uma peça por vez.

Nesse sentido, os sprints não devem ser completamente independentes entre si, mas etapas limitadas por nível de prioridade, gerenciadas visualmente no scrum board e submetidas aos usuários para gerar feedback e aprendizado validado para os próximos ciclos.

Apesar de conceber e reforçar a ideia de puxar-o-que-tem-que-vir-depois – por assim dizer –, o Scrum não explica muito bem como os sprints podem se tornar um sistema puxado na prática.

Para isso, a retomada explícita por novos especialistas do princípio do fluxo e de sistema puxado e sua operacionalização.

O que é Scrumban: o Scrum com Kanban

O conceito de Scrum com Kanban está relacionado a Corey Ladas, no livro Scrumban: Essays on Kanban Systems for Lean Software Development.

Como um framework, o Scrum não é um processo fechado. Pelo contrário, aliadas a suas práticas padrão podem estar outras práticas e metodologias. Como o Kanban, que tem no seu centro a premissa do sistema puxado por um fluxo contínuo e a realiza por meio a gestão visual, que gera transparência, feedback, aprendizado e espaço para experimentação imediatos.

O Scrum com Kanban, ou Scrumban, vê na ideia de sistema puxado por um fluxo contínuo uma oportunidade de melhoria e de ampliação do Scrum.

Leia mais: Metodologias ágeis: importantes, mas não tudo

Essa expansão não tem a pretensão, no entanto, de excluir uma aplicação pura seja de Scrum, seja de Kanban, mas de ser uma possibilidade adicional de ferramenta.

Scrumban na prática

O Scrum com Kanban pode ser aplicado tanto por times que estão começando a usar o Scrum ou que já o utilizam há tempo.

De acordo com o Kanban Guide for Scrum Teams, no escopo do Scrum teremos que adotar as seguintes práticas:

  • Dar visibilidade ao fluxo: usar o quadro kanban para dar transparência ao fluxo.
  • Limitar o WIP - work in progress: por meio de números ou pontos WIP, controlar a quantidade de itens de uma coluna ou de grupos de colunas do scrum board, para evitar que sejam ultrapassados. É fazendo isso que a equipe scrum vai chegar a um sistema puxado (o time puxa um item apenas quando há a evidência clara de que é hora de fazer isso).
  • Gerenciamento ativo do WIP: trata-se de criar métricas e respostas para questões como itens bloqueados no backlog e outros gargalos, critérios para puxar novos cards, cycle time e work item age, produtividade etc.
  • Inspeção e adaptação de definição de fluxo: trata-se de parar o que está fazendo para revisar o que já fez, a fim de verificar se deveria continuar a fazer o que faz ou se existe um jeito de fazer melhor.

Papéis no Scrumban

Os papéis do Scrum – Product Owner, Scrum Master e equipe – são mantidos. Porém, as atribuições mudam em relação ao puro Scrum.

Mecânica

Nenhum evento adicional é adicionado ao Scrum com Kanban. Um sprint continuará a conter planning, daily, desenvolvimento, review e retrospectiva.

O que pode acontecer é que mais itens sejam tratados neles, sobretudo as análises e feedbacks oriundos das métricas Kanban, que vão ajudar o time a estabelecer um sprint backlog e a puxar o trabalho de desenvolvimento baseado em fluxo contínuo, não em um sistema empurrado ou à criação de estoques.

Na prática, isso poderá acabar orientando os eventos-padrão do Scrum a uma cadência mais contextualizada e sob demanda, ao modo do Kanban.

Ferramentas e métricas

Ferramentas como histórias dos usuários, story points e quadro Scrum, assim como métricas como velocidade e capacidade projetada, por exemplo, também continuam a ser usadas, lado a lado com as ferramentas e métricas Kanban, como Limite WIP, cycle time e lead time, etc.

Scrum com Kanban: tirando o melhor das duas ferramentas

Em agile, são as ferramentas que respondem às necessidades das equipes e não as equipes que respondem às necessidades das ferramentas.

Portanto, a evolução para o Scrum com Kanban vem para ser um recurso adicional para o grande objetivo dos times ágeis: desenvolver softwares funcionais que os usuários amem.

E você? Tem feito uma aplicação pura de Scrum ou de Kanban, ou alia ambos?

Quer continuar a falar sobre agile e lean thinking? Conheça nosso podcast!

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Escrito por Marketing

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