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Considerada uma tecnologia fundadora, edge computing estará em 90% das indústrias até 2022, diz estudo 

Leveza, latência de dados reduzida, coleta de dados responsiva, baixo custo e capacidade de funcionar sem banda larga ou até offline: essa é a edge computing, a computação feita muito próxima ou mesmo onde os dados são gerados, o que evita que eles viajem para e a partir de um ambiente cloud ou de um data center on-premise novamente para o device.  

A edge computing é um tipo de computação que se dá em condições muito distintas da feita em ambientes controlados, como os data centers. Condições essas perfeitas para quem precisa coletar, processar e transmitir dados em alta qualidade em tempo real e localmente, em qualquer condição. São exatamente essas características que a tornam poderosa por si mesma e cheia de possibilidades de aplicação, em especial, na indústria.  

E pesquisas indicam que o segmento está de acordo. Estudo da Frost & Sullivan mostra que a edge computing é uma tecnologia fundadora que será usada por 90% das indústrias até 2022. Para o nascente mercado de edge computing, isso representará uma taxa de crescimento anual de 157,4% e uma receita de US$ 7,23 bilhões até 2024. 

Previsão do Gartner vai na mesma linha. Se, em 2018, só 10% dos dados gerados nas empresas eram criados e processados fora dos data centers convencionais ou da cloud, em 2025, 75% deles serão processados na edge

Apesar de todo o burburinho, há certa confusão ainda quando se trata de edge computing. E mais: que fatores tornam essa tecnologia, como dizem os analistas da Frost & Sullivan, fundadora na indústria? E que aplicações o segmento está vislumbrando para essa tecnologia? Por fim, que desafios os setores de TI vão enfrentar para implementá-la? É o que você verá neste post! 

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O que é edge computing: computação feita perto de nós 

Qualquer dispositivo inteligente – como sensores IoT, celulares etc. – pode ser considerado de edge, ou seja, de borda ou periférico. Mas o processamento dos dados que eles produzem, antes da edge computing, não: ele só era possível numa infraestrutura centralizada.  

Leia mais: Quando é hora de migrar do data center on-premise para a cloud?

A edge computing leva, então, o processamento de dados, analytics e habilidades de comunicação do centro dos data centers para um lugar mais próximo ou para os próprios dispositivos, com o objetivo de reduzir a latência, assegurar a eficiência das operações e melhorar a experiência do usuário

Os servidores edge, por isso, são comparados a micro-data centers periféricos, que formam uma arquitetura de rede descentralizada e estrategicamente posicionada para proporcionar velocidade e qualidade de processamento com os menores custos e mais segurança.  

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Essa arquitetura performa bem quando combinada com os tradicionais modelos centrais de data center, sobretudo porque permite um tratamento intermediário, que alivia o tráfego e o consumo de banda, além de filtrar e separar dados relevantes e permanentes dos temporários, antes do envio para o servidor principal. Assim, a edge computing reduz os custos com storage, por exemplo. 

Edge vs. cloud computing

A edge e a cloud computing estão diretamente ligadas, uma vez que quem já atua com cloud computing pode ampliar a sua eficiência com edge computing, em um formato cloud edge, ou seja, em uma arquitetura hospedada em micro-data centers. 

Isso será útil para aplicações sensíveis à latência, mas que precisam lidar com alto volume de dados. Aplicações não afetadas pela latência não se beneficiam da edge computing. 

No entanto, é preciso ser seletivo na combinação de edge com cloud computing. Por ser uma tecnologia ainda pouco explorada, o edge exige boas práticas de gerenciamento, governança, segurança e integração.

Para quem vai iniciar essa migração, a recomendação é reunir ferramentas de gestão de software para ajudar na organização e achar a justa medida entre o mix de arquitetura baseada em edge ou cloud, assim como uma equipe experiente para operacionalizar o processo.

O mercado de edge computing na indústria 4.0 

Enquanto a cloud e a industrial internet of things – IIoT já trilhavam um caminho de significativo impacto em termos de automação e geração de dados na indústria, a edge, pelo menos até 2016, estava literalmente relegada às bordas. 

Leia mais: Indústria 4.0: origem, princípios, tecnologias, vantagens e desvantagens

De acordo com o Google Trends, até 2016, a expressão “edge computing” sequer era procurada no mundo. Depois disso, nota-se um crescimento constante no volume de buscas. 

Agora, com fatores determinantes para a indústria como a demanda por redução de latência, aumentada pela adoção crescente de dispositivos IIoT e o recente lançamento da tecnologia de internet 5G, o poder computacional na edge computing chega mais perto do chão de fábrica. 

Apesar do crescimento da edge computing, o mercado ainda está no começo.  

Aplicações da edge computing na indústria 

Dentro da indústria, a edge prospera, vindo para remover alguns obstáculos que ainda impediam a realização de todas as promessas de uma fábrica inteligente, ou melhor, que impediam que a indústria tirasse mais proveito dos dados que produz.  

A edge acelera e viabiliza a adoção de tecnologias como IIoT, analytics, inteligência artificial, realidade aumentada e robótica, que requerem alto poder computacional para produzir análises que possam ser acionadas em tempo real.  

Hoje, a edge tem possibilidade de implementação rápida a partir da cloud. Em dispositivos conectados, por exemplo, o ambiente edge será o processador do próprio equipamento. Já em positivos não conectados, como maquinário legado, ele será acoplado ao equipamento por meio de dispositivos edge. 

Integrada a equipamentos IIoT, ela será útil para criar uma infraestrutura operacional interconectada, que produz um amplo conjunto de dados que podem ser analisados rapidamente, reduzindo o lag de resultados em monitoramento e predição. 

Também pode ser a solução para dispositivos com inteligências artificiais como robôs e recursos autônomos, que requerem poder de análise de dados em tempo real. 

Desafios da aplicação da edge computing indústria 

1. Ecossistema fragmentado 

Como vimos, o mercado de edge computing ainda está no começo. Isso torna o ecossistema, formado sobretudo por fornecedores e provedores de cloud, pouco padronizado

De acordo com a análise da Frost & Sullivan, operadores e fornecedores ainda estão buscando a concordância para lançar ofertas no comércio ou conduzindo testes em algumas áreas metropolitanas, para entender como essa oferta chegará ao mercado. 

2. Segurança 

Segurança é uma das grandes dúvidas sobre a edge computing. A aplicação da edge computing é vista como mais segura pela proximidade do processamento ao dispositivo de origem, que evita o trânsito de dados para um ambiente centralizado, ou seja, mais vulnerável. 

Por outro lado, uma infraestrutura de escala enormemente distribuída pela periferia da rede cria novas portas de entrada para ameaças. É mais difícil manter o mesmo nível de segurança com um custo aceitável. 

No entanto, ainda em defesa da edge, tal ataque seria pontual, e não afetaria o todo da rede. 

3. Gestão  

Implementar edge computing significa fazer computação em um nível e ambiente completamente diferentes. Consequentemente, gerenciar de maneira diferente. Como diz Rob Hirschfeld, consultor da Deloitte:  

Se você tem centenas de milhares de mini-data centers rodando workloads, você não pode ter um caminhão (o que seria apenas um pequeno acidente em um data center tradicional) dando voltas para fazer reparos. Esses data centers de borda deverão ter completamente “luz própria” e ser gerenciados de maneira como os data centers nunca foram gerenciados”. 

As características únicas da edge computing tornam as soluções em gestão sempre únicas. Não há um modelo que determine o que fica no nível da edge e o que fica na cloud. 

4. Escalabilidade 

O crescimento de servidores edge computing pode se tornar um grande problema com a proliferação de dispositivos e a consequente exigência de escala da operação. 

Segundo a Gartner, em virtude disso, pode haver uma discrepância entre o investimento na implementação e gestão da edge computing e os reais benefícios financeiros dela. 

Edge computing na indústria: quem vei estar na frente 

Com a indústria 4.0 e as tecnologias que emergem no chão de fábrica, como a IIoT, o setor manufatureiro vive mais uma vez um momento histórico em desenvolvimento: que permite que o uso de dados não se dê apenas post hoc, como no contexto da Indústria 3.0, mas atualmente e em tempo real.  

Já está claro que, para obter todo esse potencial e gerar valor, o próximo passo da indústria será implementar a edge computing

Como vimos, esse caminho, embora necessário, encontrará obstáculos e dificuldades que vão desde fornecedores até escala e que precisarão ser cuidadosamente enfrentados pelas indústrias. 

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