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Para alguns, uma disputa de edge vs. cloud computing. Para outros, soma. Quem estará certo?

Edge computing: computação feita bem próxima ou onde os dados são gerados, sem transmissão para e de um ambiente cloud ou data center on-premise de volta para o dispositivo. Já a cloud, computação feita em grandes centros de processamento remotos, gerenciados por alguns poucos provedores de peso mundial.

Não precisamos falar muito para notar que a edge opera sob condições bem diferentes da cloud: ela coleta, processa e transmite dados em alta qualidade em tempo real e localmente, sob praticamente qualquer condição. Falamos de baixa latência e alta velocidade, de redução de volume de dados transferidos e de distância percorrida por eles e, consequentemente, da diminuição dos custos disso tudo.

Os conceitos se mostram diametralmente opostos. E para muitos, as vantagens reunidas pela edge parecem diminuir a imponência da cloud. Afinal, os milissegundos de lag da cloud podem significar tempo demais para um veículo autônomo, por exemplo.

Leia mais: Tecnologias em transporte last mile: tendências em modais

Mas será que a edge vai tomar, senão o posto, pelo menos parte do domínio da cloud? Será que se trata aqui de uma disputa por território e do domínio de um sobre o outro – pelo menos no que respeita à tecnologia em si e não a seus provedores?

Neste post, é essa pergunta que pretendemos responder. Para isso, vamos analisar o mercado de cloud computing e o de edge computing, entender o impacto deste sobre aquele e, por fim, as tendências em orquestração de ambos.

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O mercado de cloud computing

A cloud dispensa apresentações. Trata-se de uma tecnologia cuja expansão vem se dando solidamente ao longo de dez anos.

Em particular, a cloud se mostrou fundamental durante a pandemia. E quem ainda resistia ou investia insuficientemente em uma migração para a cloud antes da crise causada pelo coronavírus, sentiu a falta.

No mercado, a consequência se mostrou rápido, traduzindo-se em uma adoção agressiva da cloud, que representou, para os provedores, um aumento expressivo em ganhos. De acordo com previsões da Forrester, o aumento, por provedor, será de:

  • AWS: 29%
  • Microsoft Azure: 47%
  • Google Cloud: 43%.

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A mesma consultoria prevê um aumento no mercado de cloud pública de 35% em 2021, ante uma previsão que era de 28% antes da pandemia. Isso mostra que o mercado é pujante e deverá se manter assim por algum tempo.

Agora, vejamos quais as previsões sobre o mercado de edge.

O mercado da edge computing

Se o volume de dispositivos conectados e o de dados gerados por eles cresce, a demanda por processamento também cresce. Só que nesta mesma medida diminui a eficiência da transmissão da informação.

É desse problema que surge a necessidade de um processamento distribuído, de uma edge computing. Do conceito de edge computing, nota-se também a expansão da tecnologia e o amadurecimento do mercado.

A Grand View Research estima um mercado de US$ 43,4 bilhões para a edge computing até 2027.

O que o crescimento da edge computing significa para a cloud computing?

Provavelmente, você já deve ter ouvido que, diante da necessidade cada vez maior da computação descentralizada da edge computing, a cloud centralizada está fadada ao desaparecimento. Mas essa é uma realidade tão fantástica quanto remota.

Poderia ser assim se a edge viesse como uma substituta da cloud, como esta foi, por exemplo, em muitos casos para os data centers. Mas o que se nota, de fato, é que ambas cumprem funções específicas, distintas entre si.

Isso significa que a cloud poderá não ser a melhor solução para algumas aplicações, e vice-versa. Por exemplo, se a edge é ótima no processamento e análise rápida de dados, o ideal em aplicações sensíveis à latência, ela já não cumpre bem a necessidade de armazenamento ou de escalabilidade, como a cloud.

Isso mostra que os casos de uso de a cloud e a edge computing precisam ser claros. Isso ainda não está muito claro, mas, na suposta disputa entre as tecnologias, o mais provável é que ambas se complementem, numa arquitetura em que serviços edge ofereçam ainda mais valor quando bem combinados com cloud e até com os tradicionais data centers, e vice-versa.

Então, podemos concluir que o domínio será mútuo. É o que também mostra a Forrester: a expansão do mercado e de aplicações de edge computing vai dividir os domínios. Num primeiro momento isso vai implicar um declínio no crescimento do mercado de cloud para 24% ao ano em 2022.

Mas um declínio no crescimento não significará, de maneira alguma, que a cloud irá desaparecer, mas que ambas vão se complementar em abordagens híbridas.

Como obter o melhor dos dois mundos?

Cloud edge: em busca do melhor dos dois mundos

Para quem já adotou a cloud computing, o melhor dos dois mundos pode ser ampliar a cloud com edge computing, num formato cloud edge, ou seja, em uma arquitetura hospedada em micro-data centers. Isso será útil para aplicações sensíveis à latência, mas que precisam lidar com alto volume de dados. Aplicações não afetadas pela latência não se beneficiam da edge computing.

O fundamental é ser seletivo na combinação de edge com cloud computing e, sobretudo, se preparar para lidar com os problemas associados à edge, uma tecnologia emergente que ainda carece de boas práticas de gerenciamento, governança, segurança e integração. Não por acaso, no estudo How to Overcome Four Major Challenges in Edge Computing, a Gartner prevê que, até 2022, 50% das soluções em edge computing que funcionaram em POCs vão falhar ao serem escaladas. 

Então, reunir ferramentas de gestão de software que vão ajudar a organização a achar a justa medida entre o mix de arquitetura baseada em edge ou cloud, assim como uma equipe experiente, é o mínimo para começar.

Edge computing e cloud: arquitetura híbrida

Como vimos, o futuro não estará mais apenas na cloud, muito menos confinado dentro de um data center.

Com a edge computing, o processamento é colocado onde ele deve acontecer, dando um poder de computação enorme às organizações. Esse poder será crucial principalmente em aplicações que demandam baixa latência e respostas em tempo real, que vêm crescendo com os desenvolvimentos de IoT e IIoT, RA e RV, assim como IA etc.  

Toda essa discussão demonstra, acima de tudo, que a computação dentro do ambiente organizacional é heterogênea, não se limita a padrões simplistas, como uma possibilidade ou outra, de edge versus cloud computing.

Sendo uma tecnologia em expansão e amadurecimento, evidentemente a edge – e a combinação cloud edge – ainda não representa o mesmo nível de segurança de que dispõem outros tipos de infraestrutura, como a cloud, nem o mesmo nível de expertise dos profissionais.

Portanto, cabe atenção, tanto a fim de mapear reais oportunidades com a edge alinhadas aos objetivos de negócio quanto a fim de escolher os melhores parceiros para proporcionar os profissionais que a organização precisará. 

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