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Embora inovação na indústria mostre resultados para empresas, estratégias ainda não estão consolidadas. Entenda

É lugar-comum dizer que, para se manter e crescer no mercado, as empresas vão precisar inovar. Nenhum setor escapa. Nem a indústria. De acordo com pesquisa do CNI realizada pelo Instituto FSB Pesquisa, 84% das grandes e médias empresas afirmam ter necessidade de inovar.

Boa parte delas está agindo nesse sentido também. De acordo com a mesma pesquisa, 88% das indústrias inovaram entre 2020 e 2021, apesar de 79% delas terem sofrido prejuízos relacionados a disrupções na cadeia de suprimentos, vendas e produção.

Como resultado, 80% delas tiveram, por causa desses investimentos, melhor desempenho em produtividade, competitividade e lucratividade. Enquanto 5% tiveram dois desses resultados e 2% apenas um. 

Apesar de promissora para a indústria do Brasil, a inovação ainda não é sistemática nas empresas. Isso acusa um descompasso com o reconhecimento da necessidade inovar manifestada por players do segmento. 

Estratégias de inovação aberta, por exemplo, estão presentes em apenas uma de cada quatro empresas. Segundo a mesma pesquisa do CNI, 51% das empresas industriais não têm um setor de inovação. Por consequência, tampouco têm orçamento para iniciativas inovadoras (63%), nem profissionais dedicados à gestão da inovação (65%).

O quadro não destoa do todo. No Índice Global da Inovação, o país ocupou em 2021 a 57ª posição. Apesar de cinco pontos à frente do resultado de 2020, o país ainda está aquém da melhor posição já ocupada no ranking, de 47º, em 2011. O desempenho é considerado incompatível com a extensão, o mercado e o peso da 9ª economia mundial.

Se investir em pesquisa e desenvolvimento e criar programas de inovação, seja aberta ou fechada, são alguns imperativos que já mostraram seu valor (como mostra a pesquisa da CNI), por outro lado sobram ações que precisam ser endereças para estruturarmos processos de inovação.

Neste post, traremos dados sobre os objetivos, investimentos já realizados e oportunidades e, depois, mostraremos as dificuldades que ainda travam o setor.

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Por que a indústria brasileira precisa inovar

O Brasil vem passando por um processo gradual de perda de protagonismo da indústria. Segundo dados da FGV, a manufatura teve sua menor participação no PIB desde o começo da série histórica, em 1947, perfazendo, no primeiro trimestre de 2021, 11,3% do PIB. No auge, nos anos 1980, a participação foi de 24,48%, com constantes quedas depois disso. O Brasil também aparece abaixo da média mundial em 4,7 p.p.

A pandemia não é causa, portanto. Ela apenas radicalizou um cenário que já estava instaurado. O resultado de 2021 só não foi pior pelo ambiente propício à exportação e aos novos padrões de consumo nacional em certos segmentos da indústria.

Embora não seja exclusivo do Brasil – a indústria dos EUA passa por processo semelhante ao brasileiro –, é impossível não atribuir esse cenário a problemas estruturais da manufatura nacional, como baixa produtividade e pouca competitividade etc.

A percepção do segmento, de acordo com os dados ABDI, é de que a indústria brasileira está atrasada em relação à mundial. E sem investimento em tecnologia e inovação, para intensificar capital e qualificação da mão de obra, ficará cada vez mais difícil alcançar quem já está correndo na frente, ativamente plantando e colhendo frutos da indústria 4.0.

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Onde a indústria já investiu?

A cibersegurança industrial tem sido listada entre as top prioridades do setor, tanto no que diz respeito a compliance quanto a proteção contra ciberataques. Segundo a Dragos, o número de ataques de ransomware em empresas industriais triplicou de 2019 para 2020. Em 2021, foi marcante o pagamento de $11 milhões de regaste pela JBS USA, por exemplo, a um grupo de cibercriminosos.

Leia também: Ransomware: que ciberataque é esse e como preveni-lo?

Muitas indústrias ainda têm vulnerabilidades em seus ambientes porque cresceram seu ecossistema organicamente. Sem um histórico, elas têm dificuldade de mapear os riscos a que estão expostas quando adicionam componentes. 

Confira: Segurança em internet das coisas industrial: que riscos as empresas estão correndo?

O segundo grande alvo dos investimentos em tecnologia para a indústria tem sido a redução de custos. Para isso, tecnologias de automação foram os recursos mais buscados.

Onde a indústria vai investir em inovação

Produtividade, competitividade e lucratividade já foram creditados a iniciativas como investimento em infraestrutura e capacidade instalada. A inovação é o terceiro e mais recente elemento da equação que leva a esses resultados, e com peso cada vez maior.

A indústria tem inúmeros objetivos, entre os citados na pesquisa da CNI:

  • Aumentar volume de vendas
  • Diminuir custos de produção
  • Aumentar eficiência da produção
  • Aumentar volume de produção
  • Lançar produtos.

Para obtê-los, as iniciativas em inovação vão recair em três frentes: relação com o consumidor, processos e produção.

Inovações como cibersegurança e segurança da informação, bem como automação, já foram validadas por iniciativas e devem continuar a receber investimento.

Porém, segundo pesquisa da ABDI Conectividade e Indústria, tecnologias inovadoras capazes de abrir oportunidades de negócio, como IoT, IA e big data, ainda não estão na agenda de inovação na indústria brasileira. Ainda não há a percepção de valor generalizada, embora, segundo o mesmo estudo, todas as empresas que adotem sintam-se satisfeitas com os resultados alcançados com aplicações dessas tecnologias.

Veja mais: Inteligência artificial na indústria: o que o mundo está fazendo?

Quais os receios da indústria brasileira?

Por que a inovação na indústria ainda é desafiadora?

1. Dificuldade de acessar recursos 

A inovação não é uma prioridade nacional em termos de política pública. A falta de interesse sistemático do setor público se reflete no setor privado.

Se comparado aos países mais bem colocados no Índice Global da Inovação, o Brasil investe pouco. Aqueles dedicaram em média 3% do PIB em 2019 à inovação. A média dos países da OCDE é acima de 2% do PIB. Em 2018, o Brasil dedicava apenas 1,14% do PIB para a inovação. Em 2021, em um cenário de contingenciamento e cortes sucessivos em fundos como o FNDCT, a estimativa é de 0,5% PIB investido em inovação.

Isso mostra que falta um projeto nacional voltado para a inovação, que oriente, facilite a obtenção e a atração de recursos para o setor, mas também a criação de toda a infraestrutura para a inovação, ou seja, educação, pesquisa e laboratórios.

2. Cenário externo instável

Inovar é difícil mesmo quando o cenário é otimista, imagina com uma crise. Os impactos da pandemia geraram um cenário externo instável, em que a instabilidade nas cadeias de suprimentos se tornou a regra. Os efeitos imediatos são os cortes de investimentos de alto risco em geral, como a inovação. 

Há um porém: não se inova só quando tudo vai bem. Como a pesquisa da CNI mostra, a indústria brasileira inovou forçada pela pandemia e colheu os resultados disso. Inovar, mesmo em momentos de crise, talvez tenha sido a última alternativa para muitas.

Conciliar o caos externo com uma gestão consistente da inovação será fundamental para a recuperação e para a preparação para o crescimento.

3. Dificuldade de contratar profissionais

Setores não essencialmente tecnológicos, por suas próprias características, têm mais dificuldades de contratar profissionais de tecnologia. A indústria tem o adicional de estar geralmente localizada fora dos grandes centros, o que afeta a qualidade da própria infraestrutura tecnológica, como conexão.

Veja: 5G na indústria: impactos, desafios e boas práticas em conectividade

A atração de profissionais aos pólos industriais é facilmente solucionada por meio da terceirização de profissionais. A prática é amplamente usada no segmento, seja para suprir perfis específicos ou para criar equipes inteiras. Segundo dados da ABDI, 58% dos participantes de seu levantamento consideram o ecossistema de empresas de TI preparado para entender e atender as indústrias do país.

4. Falta de orçamento

Com a falta de um setor, equipe e orçamento dedicado à inovação na indústria, o investimento é comprometido. É o que também mostram os dados da ABDI. De acordo com a pesquisa, 70% dos participantes afirmam que o budget para projetos é baixo, enquanto 40% sequer têm verba definida para a TI.

A mesma pesquisa mostra, por outro lado, a tendência ao aumento dos valores destinados a esse fim. 60% das empresas industriais participantes afirmam que vão aumentar o orçamento, que crescerá em média até 35%.

Inova na indústria: um projeto urgente

Partimos do movimento para a inovação na indústria brasileira e o retorno positivo. Vimos, porém, que as iniciativas ainda não são sistemáticas. Isso tem colocado o Brasil atrás de economias do mesmo porte e aumentado o peso de problemas estruturais do segmento.

Quem inova, no entanto, não quer parar. De iniciativas focadas em segurança da informação e automação, as empresas vão buscar gerar valor para clientes por meio de iniciativas em atendimento, processos e operações.

Os desafios não serão poucos. Para um deles, pelo menos, as empresas industriais podem contar com a Supero. Somos especialistas em conectar empresas a profissionais de TI, seja para completar um time interno, seja para articular um time inteiro. Para empresas que preferem não desenvolver internamente, também fazemos projetos completos sob medida em nossa fábrica de software. Atendemos empresas de variados segmentos e portes, de todo o Brasil. E a próxima pode ser a sua. Fale com um de nossos consultores para entender como podemos ajudar.

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