Entenda como as organizações pretendem investir mais em IoT e quais as percepções, aplicações e os planos sobre essa tecnologia
Quantas vezes você ouviu que a pandemia foi o catalisador para inúmeras tecnologias que antes eram apenas promessas para daqui a 7 ou 8 anos? Com a internet das coisas – IoT não foi diferente. Os casos de uso da IoT em resposta a imposições da COVID-19 pulularam: de aplicativos que dizem quando levamos a mão ao rosto a sensores de temperatura sem contato. Afinal, se não podemos fazer contato, para não disseminar o vírus, dispositivos estão liberados – e para nos manter conectados.
Segundo a pesquisa IoT Spotlight Report, da Vodafone Business, feita em maio de 2020, 84% das empresas entrevistadas afirmaram que a IoT assegurou a continuidade dos negócios durante a pandemia, mantendo-as conectadas a clientes, fornecedores e colaboradores.
A percepção de que a internet das coisas está mudando o modo como as empresas pensam e operam, escancarada durante a pandemia, fez com que muitas organizações repensassem sua abordagem e uso do IoT. E, evidentemente, não para diminuir o investimento nessa tecnologia, pelo contrário, aumentar para aproveitá-la em todo o seu potencial de proporcionar a estabilidade e adaptabilidade de suas operações.
Neste post, veremos que direção os investimentos em IoT tomarão, buscando entender como o cenário de IoT se descortinará no Brasil.
Para isso, veremos qual a percepção das organizações sobre a IoT, como estão os investimentos em internet das coisas, o que pensa quem ainda está hesitante em relação a essa tecnologia e, por fim, como se planejar para uma adesão.
O mundo aderiu à IoT
Se até 2019, apesar da empolgação, certa hesitação sobre a internet das coisas ainda pairava no ar, em 2020, o número de empresas que adotaram soluções de IoT saltou de 13% em 2014 para 25%, segundo a McKinsey.
Estudo da Microsoft confirma esse resultado: de acordo com os autores, as empresas estão amadurecendo seu uso, o que é confirmado pelo crescimento de 9% em projetos em fase de uso.
Esse crescimento consistente, segundo a consultoria, é fruto de vários fatores:
- Sensores melhores e mais baratos: disponibilidade em escala e possibilidade de novas aplicações.
- Capacidade de processamento: o aumento foi de cem vezes nos últimos 15 anos, permitindo análises em tempo real em nuvem ou edge computing e conectividade em 5G.
- Amplitude de aplicações: a IoT leva soluções para áreas como indústria 4.0, varejo, logística, saúde, campo, cidades, escritório e casas.
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Investimentos em IoT no mundo: as empresas consideram uma prioridade
Apesar dos desafios impostos pela crise causada pelo coronavírus , os investimentos em IoT vão continuar a ser prioridade.
Segundo a pesquisa IoT Spotlight Report, apesar de 73% dos respondentes terem afirmado que vão adiar projetos em IoT devido às restrições, 81% dizem que a integração de dispositivos IoT tem prioridade maior do que antes da pandemia.
O IoT Signals também confirma isso: 90% dos líderes dizem que IoT é crítica para seu sucesso.
Os dados da Gartner vão no mesmo caminho, embora sejam mais conservadores: enquanto, para 35% das empresas entrevistadas, o investimento em projetos em IoT perdeu prioridade, para 47% a prioridade de investimento aumentou.
A KPMG também reitera esse entendimento. Em seu estudo Technology Industry Innovation Study, a consultoria nota que a IoT é ranqueada como a tecnologia com o maior potencial de orientar a transformação dos negócios e gerar valor no longo prazo.
Investimento em IoT no Brasil: crescimento consistente
O IoT Signals Report, da Microsoft, divulgado pela Forbes, mostra que uma em cada três organizações vai aumentar investimentos em IoT em decorrência da pandemia.
No entanto, a mesma pesquisa da KPMG mostra que o nível de adoção e investimento em IoT ainda permanece abaixo do que poderia estar.
No Brasil, segundo dados mais recentes do projeto Indústria 2027, do CNI, divulgados pela Folha de S.Paulo, apenas 1,6% das empresas consultadas informaram ter sistemas integrados, fábricas conectadas e processos inteligentes.
Entre as grandes empresas, 73% adotam soluções da indústria 4.0 com algum nível de maturidade, entre as quais a a IoT é a principal. A adoção da IoT pode trazer um impacto positivo na economia de US$ 45 bilhões até 2025.
O Plano Nacional de Internet das Coisas
Como primeiro passo para a regulação da IoT nacionalmente, em junho de 2019 foi publicado o Decreto nº9.854, que instituiu o Plano Nacional de Internet das Coisas, com vistas a melhorar a qualidade e eficiência de serviços, incrementar a produtividade, dar competitividade às organizações no cenário nacional e buscar a integração do país no ecossistema de inovação internacional.
O plano prioriza quatro setores – saúde, cidades, indústria e campo –, no sentido de facilitar acesso a mecanismos de apoio à pesquisa e inovação, bem como ao empreendedorismo.
Para tal, o projeto prevê plataformas de inovação em IoT, centro de competência para tecnologias de fundo e observatório nacional de transformação digital.
Onde as organizações estão investindo: aplicações da IoT
- Segurança do trabalho
- Colaboração remota
- Aumentar nível de transparência
- Otimização de fluxos e layout
- Controle e monitoramento remoto das operações
- Otimizar a manutenção de equipamentos
- Gestão de estoques
- Gestão do fluxo de materiais
- Desenvolvimento de novos produtos
O que pensa quem ainda não adotou soluções em IoT
Apesar dos números positivos, o levantamento da Vodafone Business, já citado anteriormente, aponta que 33% das empresas que não adotam alguma solução IoT ainda não sabem como a tecnologia pode beneficiá-las.
O foco delas incide mais sobre o acompanhamento e avaliação, e não tanto sobre a capacidade de usar a tecnologia para prover decisores com informações que podem subsidiar melhorias nas operações. A IoT pode até parecer uma tecnologia de fundo, mas seu valor está nos insights operacionais, que ajudam a criar um negócio mais enxuto, integrado e eficiente. Integrá-la a tecnologias como analytics, IA e cloud e edge computing é fundamental para aproveitar todo esse potencial.
A KPMG, em estudo já mencionado, cita que outro problema que as organizações enfrentam é não adotar de fato uma estratégia em IoT para transformar o negócio, tanto no que respeita à relação com fornecedores e clientes quanto internamente.
Essa falta de clareza, unida à falta de maturidade de uma tecnologia considerada nova, faz com que elas hesitem em relação à IoT. Sua atitude, de fato, é expectante, isto é, elas esperam para ver se a IoT se tornará uma parte essencial das operações das organizações, para então adotá-la.
Investir em IoT: sua prova de conceito
Investir em IoT pode ser mais fácil dizendo do que fazendo, como a maioria dos investimentos em tecnologia e transformação digital, afinal.
De fato, isso chama atenção para um ponto fundamental: uma tecnologia não pode ser focada de maneira isolada, isto é, desconectada do real valor de negócio que ela pode gerar – embora isso seja mais comum do que parece.
Para isso, uma estratégia em IoT precisará ser puxada por lideranças maduras, capazes de explorar esse valor para além da infraestrutura, mas para criar eficiência, cortar custos e reduzir perdas.
Para tal, tais líderes terão de ampliar a visão da parte para o todo, pensando em termos de ecossistema. O reconhecimento dessas possíveis ligações das quais a IoT e demais tecnologias serão pontos de conexão será o grande desafio inicial e, sem dúvida, grandes possibilidades serão ignoradas no começo.
Por isso, alcançar ROI positivo desde os primeiros projetos é fundamental para obter a confiança. Esse sucesso inicial terá impacto sobre o investimento em novos projetos.
Assim, iniciar com a parceria de uma empresa que atua em projetos de tecnologia há 18 anos será fundamental para trilhar esse caminho munido com a experiência de mercado e de indústrias. Fale com um de nossos consultores.