Apesar da migração para a cloud computing ser um imperativo, pouca percepção de valor tem exigido justificativas mais fortes para investimento
2020 foi o ano da cloud e, de acordo com as previsões do mercado, 2021 continuará a ser. Segundo o Report State of the Cloud 2020, da Flexera, 61% das organizações planejam focar na migração para a cloud computing no ano que vem.
A pesquisa Cloud Adoption 2020, da O´Reilly, vai pelo mesmo caminho: dentre os que usam a tecnologia, a expectativa é de crescimento na adoção durante os próximos 12 meses para 90% das organizações, dentre as quais:
- 25% esperam mover todas as aplicações para a cloud;
- 45% esperam mover de 50% a 75%; e
- 34% esperam ter 25% de suas aplicações na cloud.
Em ambas as pesquisas, demonstra-se que as organizações estão vendo valor na migração para a cloud – pelo menos antes do investimento. No entanto, as preocupações a considerar e os desafios a encarar na prática com uma migração não são pequenos. Dentre os principais podemos citar: dependências entre as aplicações, gestão de custos, governança e segurança na nuvem, falta de expertise e de recursos.
Todos esses poréns, embora não suficientes para ofuscar os reconhecidos benefícios e desacelerar a busca pela tecnologia – pelo contrário –, podem dificultar CIOs e líderes de infraestrutura e operações de convencer as demais lideranças sobre as vantagens da migração. Tanto que não é difícil encontrar no C-suite quem diga estar desapontado com o impacto dos programas de migração para a cloud em seu negócio.
É o que mostra um levantamento da Accenture: apenas 37% das companhias afirmaram para a consultoria que estão obtendo valor total de seus investimentos em cloud. Mesmo entre os adotantes maduros 52% dizem que falharam em realizar o valor esperado de suas iniciativas.
Os próprios profissionais de TI não andam satisfeitos com seus resultados. Segundo a consultoria, apenas 45% dos líderes da área estão muito satisfeitos com seu trabalho em cloud, e só 29% completamente confiantes de que suas iniciativas de migração vão entregar o valor esperado com o tempo.
Por isso, o novo momento enseja cuidados ainda maiores para justificar o investimento na migração para a cloud. Para nós esse pitch de vendas da cloud para as áreas de negócio vai além da simples menção de seus benefícios, ainda que eles sejam comprovados. Ele requer dos líderes de tecnologia uma perspectiva bem individualizada.
Assim, o que buscamos neste post é ajudar você a construir uma justificativa mais robusta para a migração para cloud.
A plataforma de infraestrutura é um diferenciador?
Pela aceleração da transformação digital e, consequentemente, pelo incremento no volume de dados gerados pelas organizações, que exigem maior poder de processamento e de armazenamento, a infraestrutura de TI, hoje, é vista como um gasto e um peso operacional que não entrega tanto valor para as organizações.
No entanto, se já se superou a ideia de que infra se faz dentro de casa, a possibilidade de migração para a cloud, por melhor que pareça, precisa cumprir um papel e responder a demandas específicas dentro da organização.
Por exemplo: nem todas as aplicações de uma organização são críticas, no sentido de darem suporte à cadeia de valor de seu core business. Sua importância é mensurada pela sua relação com a continuidade e o apoio às operações, não à diferenciação do negócio. Que olhar lançar para essas aplicações? E quanto às aplicações críticas, que proporcionam diferenciação?
Depois, quais rotas de migração serão adotadas para cada tipo de aplicação? Elas podem ir desde a simples movimentação da aplicação, com mínimas modificações, para a cloud, podem envolver refatoração ou atá a reconstrução da aplicação em uma arquitetura cloud nativa.
A migração para a cloud está alinhada aos objetivos do negócio?
Escalabilidade e elasticidade, agilidade para inovação e distribuição geográfica, aliadas a disponibilidade, segurança e menor time-to-market, são apenas algumas das vantagens da cloud computing.
Os líderes de infraestrutura e operações devem avaliar tais vantagens relacionando-as a potenciais resultados, mas também perdas, e em que magnitude para os objetivos da organização, como metas de expansão, transformação digital, lançamentos etc.
Os riscos da migração foram avaliados?
Os riscos são os maiores bloqueadores dentro de uma migração para a cloud. E eles são vários, da infraestrutura legada a ciberameaças.
Adicionar em sua justificativa uma avaliação completa de riscos em termos de agilidade, disponibilidade, segurança, suprimentos e compliance contrabalanceando-a com os potenciais benefícios vai ajudar.
Em muitos casos, a cloud será a ajuda necessária para mitigar riscos e dar suporte à sustentabilidade das operações críticas.
A migração para a cloud se alinha ao modelo de financiamento?
A adoção da cloud computing não pode ser dirigida apenas pela suposta economia. Porém, a mudança da capex para opex pode ter um impacto maior em organizações que têm processos de investimento e de orçamento focados em capital em vez de operações.
Além disso, a gestão de custos na cloud não é tão trivial assim. Apesar de ser comum ouvirmos que uma das vantagens da nuvem é a economia, essa não é a verdade das organizações. Segundo a Gartner, 80% das empresas vão exceder seu orçamento. A Flexera mediu que esse valor já é cerca de 23% acima do budget. Por causa disso, 30% dos gastos com cloud ainda são perdidos, o que demonstra um problemas claros de gestão de custos.
Comparados aos ativos on-premise já utilizados, sua depreciação e manutenção, mas também desempenho ao longo do tempo, como fica essa equação?
Por isso, garantir o alinhamento com CFO, a fim de avaliar possíveis impactos da migração para a cloud sobre o modelo de financiamento da organização, e um modelo de gestão de custos são etapas fundamentais para construir a justificativa robusta da migração para a cloud.
As responsabilidades compartilhadas com o provedor estão claras?
A cloud computing nada mais é do que o outsourcing da infraestrutura de TI. No entanto, isso não significa que acabam as responsabilidades da empresa contratante.
Há um modelo de responsabilidade compartilhada que precisa ser claramente compreendido, para que não haja dúvida após a migração para a nuvem sobre o que é razoável esperar do provedor e o que deve ser feito dentro de casa.
Explicar para as área de negócio quem faz o quê no contrato é fundamental.
Até onde estamos dispostos a ir?
À luz de todas essas avaliações até onde vale a pena migrar para a cloud?
Segundo dados da Accenture, organizações que vão mais longe em sua migração para a cloud alcançam resultados melhores:
- 46% dos que adotam muito reportam completa realização de suas expectativas
- 36% dos adotantes moderados têm essa percepção
- 28% dos que adotam pouco.
De maneira geral, quem vai mais longe na adoção supera quem hesita demais no caminho. As diferenças são significativas tem termos de resiliência, níveis de serviço e velocidade de ida ao mercado.
Migração para a cloud: o investimento é óbvio, mas sua rota não
A rota da migração para a cloud computing é complexa e envolve muito mais do que tecnologia apenas. Tanto que é única para cada organização – e acima de tudo contínua.
A abordagem requer que a organização se repense por completo em termos de elementos críticos como estratégia, tecnologias, habilidades e processos. Ademais, que os alinhe às ofertas sempre novas das plataformas, avaliando se esses recursos proporcionam vantagens competitivas, economia ou eficiência.
Tem uma equipe experiente desde a estratégia até a migração e gestão da cloud ao seu lado, consolidando o conhecimento internamente, vai facilitar seu caminho. Fale com um de nossos consultores para saber como podemos ajudar você a construir esse time.