Entenda o que significa estar preparado para o futuro dentro da logística, os desafios da cadeia de suprimentos e, por fim, como superá-los
A necessidade pode ser considerada a base de inúmeras transformações profundas realizadas na sociedade. No cenário da pandemia do coronavírus esse fato ficou ainda mais evidente. Assim como a sociedade, o âmbito corporativo teve que se adaptar rapidamente para dar continuidade a seus negócios.
O setor de logística não ficou de fora, com destaque aos desafios da cadeia de suprimentos, que se tornou um dos departamentos mais importantes nesse momento. Isso porque, com o isolamento social, a sociedade passou a fazer mais compras online e exigir modelos de negócios que garantem qualidade, rapidez e menos contato humano.
Em entrevista com 13 países da região da América Latina e do Caribe, a Mastercard revelou que:
O e-commerce se tornou a forma mais relevante de comprar, e os bancos online a maneira mais fácil de manusear dinheiro, substituindo o dinheiro vivo, que é considerado sujo. Os resultados revelam que o distanciamento social impulsionou o e-commerce: 46% dos brasileiros aumentaram o volume de compras online durante a pandemia enquanto 7% compraram online pela primeira vez.
Isso significa que os CSCOs estão lidando com desafios para aperfeiçoar e otimizar suas operações para entregar novos valores para os consumidores. Será que eles estão preparados?
De acordo com pesquisa da Accenture, apenas 4% dos CSCOs se consideram preparados para o futuro, enquanto 35% dizem que só estarão em 2023.
Nós sabemos que a TI terá papel fundamental nessa preparação, mas qual? É o que veremos neste post. Você encontrará quais desafios estão no caminho do setor de logística nesse contexto, como se preparar para o futuro e quais as soluções disponíveis para tornar a cadeia de suprimentos madura.
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O que significa estar preparado para o futuro em supply chain?
O primeiro passo para se preparar para o futuro em supply chain é compreender o conceito de integração do ecossistema. Isto é, deixar para trás a ideia de um departamento isolado e com papel exclusivamente operacional. A partir disso, compreender profundamente quais tecnologias são adequadas para a organização, basear-se em dados confiáveis e de qualidade e engajar a equipe para um modelo de atuação digital, este último, cada vez mais indispensável atualmente – proporcionando soluções alinhadas à cultura e estratégia de negócio da empresa.
Essa ideia vai ao encontro de informações da mesma pesquisa da Accenture citada anteriormente, a qual diz que a preparação para o futuro reflete-se na capacidade de dimensionar oito características de maturidade do modelo operacional, que são estas:
- Análise: capacidade de interpretar e analisar padrões de dados de forma que as informações se tornem insights significativos para as tomadas de decisão, contribuindo para aplicações de processos preditivos e prescritivos;
- Automação: contar com um conjunto de tecnologias que desempenham tarefas repetitivas que desafogam o setor de supply chain para pensar em soluções de mais valor;
- Dados: Seguindo o conceito data-driven, estar munido de qualidade de dados que sejam integrados entre fontes internas e externas, proporcionando melhor visibilidade de mercado;
- Relacionamento entre as partes interessadas: ter envolvimento ativo entre todas as partes interessadas do processo, ou seja, clientes, fornecedores, parceiros e funcionários internos;
- Inteligência artificial: aplicação da IA para executar funções cognitivas, como detecção, compreensão e aprendizado, permitindo que os computadores tomem decisões diante de padrões, oferecendo percepções para futuras tomadas de decisão;
- Colaboração entre negócios e tecnologia: englobar TI e funções de negócios com modelos de governança conjuntos, permitindo a integração de parceiros de todo o ecossistema e, assim, impulsionar o roteiro estratégico da organização.
- Práticas de liderança: contar com uma liderança funcional e que estimule a organização a obter a melhor performance possível;
- Força de trabalho ágil: proporcionar um ambiente de trabalho no qual máquinas e seres humanos trabalhem conjuntamente para atingir os resultados esperados.
Ao amadurecer esses pontos, o setor de cadeia de suprimentos poderá garantir com máxima excelência a disponibilidade de produtos e materiais no tempo e local exato. Mas, logicamente, sabemos que não é tarefa fácil.
Para alcançar a maturidade operacional para o futuro, novos desafios surgiram com a transformação digital e os CSCOs precisam ficar atentos para enfrentá-los da maneira mais eficiente possível.
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Quais os novos desafios da cadeia de suprimentos?
A raiz dos desafios que os líderes de supply chain estão enfrentando diz respeito ao alinhamento da estratégia organizacional com as tecnologias existentes.
A função da cadeia de abastecimento ainda é isolada em muitas organizações, dificultando a capacidade da liderança de executar uma estratégia integrada e que une todas as partes da cadeia de valor em torno de um conjunto compartilhado de negócios e resultados do cliente.
Nesse cenário, a tecnologia vem sendo aplicada para atingir níveis elevados de maturidade operacional. Em consenso com essa ideia, a pesquisa da Accenture apontou que:
81% dos líderes da cadeia de abastecimento concordam que estão enfrentando mudanças tecnológicas a uma velocidade sem precedentes e escala. E 64% relatam que o ritmo da transformação digital para sua organização está se acelerando.
Porém, a partir disso, surgem alguns desafios relacionados à tecnologia e à cultura organizacional.
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Aumento da complexidade do Supply Chain
Em um contexto digital e globalizado, a cadeia de suprimentos se tornou ainda mais complexa, isso porque as atividades se estendem a mais fornecedores e parceiros, já que as empresas estão atuando de forma mais descentralizada a fim de alcançar mais mercados, implicando mais agentes envolvidos na linha de produção que agora possui mais ramificações.
Aqui, a grande dificuldade é mapear todos os processos entre diversos responsáveis e garantir que não ocorram rupturas que afetam a cadeia produtiva e a experiência do consumidor. A tecnologia surge como uma solução para eliminar grande parte dessa complexidade e tornar a visão de negócio mais sistêmica.
Falta de colaboração entre os setores de tecnologia e negócios
Em um modelo de cadeia de suprimentos mais complexa a falta de colaboração entre os setores pode ser um grande entrave. As etapas que vão desde a compra de insumos até a finalização do produto devem ser claras e alinhadas para evitar falta de matéria-prima, falta de produtos em estoque, entre outros inconvenientes.
Nesse ponto, o setor de compras deve manter a comunicação eficiente com o departamento de logística e estoque. Bem como essas áreas estarem a par das atividades administrativas, como contabilidade e financeiro, a fim de garantir a saúde financeira da organização.
Para garantir uma completa integração, o setor de tecnologia deve prover de sistemas padronizados de comunicação que torne a troca de informações efetiva e automatizada, criando uma estrutura confiável e sólida, mostrando a importância da colaboração entre as áreas.
Tecnologia legada
Sabemos que a tecnologia muda – e velozmente. Com isso, as chances de equipamentos e soluções se tornarem legadas mais rapidamente, são grandes. Por isso, para evitar prejuízos e atrasar a evolução do setor de supply chain, os líderes devem se atentar a quais tecnologias precisam ser atualizadas para atender suas necessidades.
Lembrando, que nem sempre, as novas tendências serão satisfatórias em todos os casos, então, compreender com mais profundidade quais são as mudanças que necessitam ser realizadas para a realidade da sua organização é de suma importância.
Falta de cultura de inovação no setor
Muitas empresas possuem dificuldades de inovar porque não investem tempo no incentivo de uma cultura inovadora no setor de supply chain, porque não entendem com profundidade a relevância que soluções tecnológicas podem oferecer, mantendo um modelo operacional tradicional para a cadeia de suprimentos.
Como vimos, a transformação digital é um caminho sem volta e se adaptar às mudanças é uma questão de sobrevivência. Para garantir a continuidade dos negócios e ganhar competitividade, incluir mindsets inovadores para atingir melhores resultados é imprescindível.
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Como superar os novos desafios da cadeia de suprimentos
Embora existam desafios para atingir a maturidade operacional do futuro em supply chain, com as estratégias certas é plausível driblá-los e garantir excelentes resultados.
E o papel dos CSCOs é indispensável nessa jornada. Com a visão data-driven, o incentivo de uma cultura organizacional inovadora e ágil e foco na real atribuição do setor da cadeia de suprimentos, que deixa de ser apenas operacional e passa a prover soluções que impactam na organização como um todo, os líderes certamente vão alcançar seus objetivos – para tanto, a tecnologia será uma aliada.
Diversas tecnologias, como cloud, IA, BI, machine learning e IoT estão sendo usadas no setor logístico para garantir entregas mais rápidas, integração de departamentos, dados de qualidade, automação de tarefas repetitivas, análises precisas e muito mais – possibilitando um modelo preditivo e de maior performance.
No entanto, para que a aplicação de soluções tecnológicas seja uma ferramenta positiva, primeiramente será necessário avaliar quais são as particularidades do seu setor e quais possibilidades atenderão suas necessidades.
Para endereçar de maneira adequada as questões sobre modernização de tecnologias e integração com as áreas de negócio, uma excelente opção é contar com um Arquiteto de Soluções, que possui os conhecimentos específicos de cada aplicação e quais dores ela pode resolver.
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Esteja preparado para o futuro
Os reflexos da pandemia já estão resultando em novos desafios da cadeia de suprimentos. E como vimos, as empresas tiveram que se adaptar e modernizar seus processos para acompanhar as mudanças de comportamento do mercado e enfrentar os desafios que surgiram – sendo a tecnologia e a transformação de uma cultura engessada do setor para uma inovadora e integracionista, as principais bases para assegurar o sucesso e continuidade dos negócios.
Nesse cenário, a cadeia de suprimentos passou a ganhar maior relevância para entrega de valor aos consumidores que se tornaram mais exigentes e ativos online, devido ao isolamento social, o que impulsionou as compras pela internet – impactando diretamente o setor logístico.
Portanto, para atingir a maturidade dos processos logísticos e estar preparado para o futuro, os CSCOs devem aplicar seus esforços para alinhar a tecnologia às áreas de negócios e promover um ecossistema integrado.
Para aprofundar-se no assunto, assista ao webinar da Supero sobre Logística pós-pandemia.