As oportunidades de inserir tecnologias digitais na saúde são muitas, mas como alavancá-las?
A tecnologia sempre se fez presente na saúde em equipamentos como OPMEs e medicamentos. Apesar disso, a baixa adesão do setor a tecnologias digitais, seja no âmbito ligado ao diagnóstico e cuidado, seja no âmbito da gestão, era digna de nota.
No entanto, ano após ano, esse cenário vem mudando. De acordo com o State of Healthcare 2021 Report, o investimento mundial em saúde aumentou pelo sétimo quarter consecutivo, ultrapassando $ 34,7 bilhões no Q2 de 2021.
Segundo o relatório, isso se deve à aceleração de iniciativas em transformação digital: 60% das empresas do setor estão criando novos projetos em digital e 42% estão acelerando alguns ou todos os seus planos existentes de transformação digital.
Entre as tecnologias mais visadas pelo segmento estão: RPA, inteligência artificial, 5G, realidade virtual e aumentada, blockchain, IoT e ERPs.
Mas como um setor tradicionalmente reativo em relação ao uso de tecnologias digitais, a pergunta natural é: como alavancar o uso de tecnologias na saúde? É o que veremos neste post.
A oportunidade das soluções digitais em saúde
Com um empurrão da pandemia, soluções que levariam anos para serem implementadas – como telemedicina, voltadas para interoperabilidade de plataformas médicas e portais para o paciente ou outros sistemas de contato direto – já são tidas como certas no curto prazo.
Nunca antes a tecnologia aplicada a desafios da área de saúde foi vista como a pedra de toque para a melhoria da experiência do paciente e do cuidado de ponta a ponta, para a criação de novas fontes de crescimento e para a redução de custos.
As aplicações vêm, inclusive, com o aval de pacientes, cada vez mais receptivos à digitalização do atendimento em saúde, e de médicos, que experimentam o valor das ferramentas.
Com isso, as primeiras empresas a se moverem serão, provavelmente, as primeiras a estar entre as mais aptas a modelar o segmento e a colher as vantagens disso.
Porém, para um setor que não costuma ser proativo em inovação, mas sim reativo, alavancar o uso de tecnologias para a saúde vai depender de ação.
Como alavancar o uso de soluções digitais em tecnologia para a saúde
1. Estratégia
Simples ajustes tecnológicos não vão gerar valor sistematicamente. As possíveis aplicações de tecnologia para a saúde envolvem toda a jornada do paciente, da prevenção ao acompanhamento da condição, então não dá para permanecer apenas em uma parte do processo.
Porém, é preciso ter clareza sobre a dimensão da transformação buscada pela organização por meio de tecnologias, assim como os objetivos de negócios e indicadores de performance que decorrem deles.
Contar com figuras como a de um CIO e CTO será necessário, mas não suficiente, pois a tecnologia por si só não leva ao sucesso. É preciso identificar as necessidades do sistema de saúde. Isso significa que não basta delegar à equipe de tecnologia tal estratégia. CEO e demais lideranças das áreas de negócio devem estar envolvidos.
2. Identificar oportunidades e priorizar
Se por um lado a criação de uma estratégia significará uma abordagem abrangente em tecnologia, por outro implicará a necessidade de priorização.
Mapear as principais dores de pacientes, médicos, serviços e prestadores e, então, como as tecnologias digitais podem solucioná-las proporcionará a visibilidade necessária para desenhar produtos e experiências novas para os usuários – sejam eles pacientes, médicos ou provedores.
Nesse mesmo sentido, fazer PoCs e pilotos para começar rápido a ver valor (ou não) em uma ideia é outra maneira de priorizar. Mas não dá para ficar só nisso. É preciso ganhar escala e, para isso, vai ser fundamental desenvolver a infraestrutura.
3. Desenvolver a infraestrutura
Para que o uso de tecnologias para a saúde ganhe tração e encontre as necessidades das soluções digitais, o setor vai precisar modernizar a infraestrutura que sustenta os processos de negócios existentes e a estratégia de negócio de toda a organização.
Poucas empresas do setor de saúde têm as funções necessárias para implementar tecnologias digitais rapidamente, em termos de infraestrutura de TI, integrações e capacidade de análise.
Por exemplo, apesar de coletarem grande volume de dados, boa parte dos serviços de saúde ainda os mantém em silos, isolados. Com isso, soluções com base em dados, como analytics, ficam limitadas a casos individuais de uso.
Acelerar a migração de sistemas mantidos em silos, que inibem a inovação e a agilidade, para uma infraestrutura moderna, mesmo que não seja uma mudança urgente no primeiro momento, será algo inevitável para dar escala, performance, disponibilidade e segurança para soluções digitais.
4. Rever seus modelos operacionais
Para alavancarem o uso de tecnologias para saúde, em muitos casos, as organizações vão precisar rever seus processos.
Traduzir fluxos atuais em value stream maps ajudará a criar entendimento sobre o as-is, para então oportunizar melhorias em um cenário to-be.
Transformar novos processos por meio de soluções implicará adotar MVPs e metodologias ágeis de desenvolvimento para a criação de aprendizado validado em cada iteração com vistas a atender as necessidades reais dos usuários.
Tecnologia na saúde: somando em cuidado
Melhor experiência para os pacientes, novas maneiras de gerar crescimento e de ser mais sustentável: essas variáveis não pareciam estar na mesma equação. Porém, os serviços de saúde já perceberam que a tecnologia pode ser a chave para uni-las e solucioná-las.
Se as oportunidades são muitas, alavancar o uso de tecnologias em um setor em que a inovação é sempre uma reação a um movimento anterior pode ser difícil.
Saber criar uma estratégia abarcante, mas como iniciativas priorizadas, conseguir não se limitar a pilotos e dar escala a soluções, preparando a infraestrutura e o modelo operacional necessários para isso será fundamental.
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