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Veja como a tecnologia aplicada à saúde pode auxiliar em resultados mais precisos e melhorar a comunicação entre pacientes e profissionais da área 

A telemedicina é um grande avanço tecnológico na área da saúde que foi bastante impulsionada pela pandemia do novo coronavírus. Hoje, podemos dizer que, por força maior, algumas barreiras que freavam esses avanços foram derrubadas. Tanto que tivemos a prática da telemedicina no Brasil  aprovada durante a crise pandêmica. 

Com isso, no entanto, pavimenta-se o caminho para a expansão do modelo, que tem tudo para vir e ficar.  

No mercado, isso tem se refletido em um movimento de escalada de iniciativas para ampliar a oferta de produtos em telemedicina. O objetivo e o desafio, no entanto, são aumentar a percepção de valor para operadoras, médicos e pacientes, gerando confiança e fidelidade

Pensando nisso, neste post, queremos ver o que os líderes de serviços em saúde estão fazendo em termos de recursos tecnológicos, para aumentar seus diferenciais competitivos. Antes, vamos aprofundar um pouco nossa discussão no cenário. 

Veja: Saúde 4.0 x Saúde 5.0: o que mudou com o uso de tecnologia no segmento

A telemedicina no mundo e no Brasil 

A discussão sobre telemedicina não é nova. No entanto, não é novidade para ninguém que a pandemia foi um catalisador para seu desenvolvimento. 

Covid-19 Consumer Survey da McKinsey mostra que a adoção da telemedicina na assistência médica  foi de 11% para 46% nos EUA. A mesma pesquisa mostra que 76% dos pesquisados estão dispostos a utilizá-la, caso precisem. 

Se, no mundo pré-pandemia, os lucros estimados no setor de telemedicina eram de $ 3 bilhões no país norte-americano, hoje $ 250 bilhões podem estar nessa conta.  

No Brasil, a pesquisa Conectividade e Saúde Digital na Vida do Médico Brasileiro, da Associação Paulista de Medicina, mostra um quadro parecido com respeito à aceitação: 

  • 90% dos profissionais creem que a tecnologias digitais podem ajudar a melhorar a saúde da população. 
  • 70% creem que podemos ampliar o atendimento médico além do consultório. 
  • 63% usariam recursos de telemedicina para complementar atendimento. 
  • 68% consideram a telemedicina uma oportunidade na carreira. 

O cenário é muito promissor, em todos os aspectos. Pacientes e médicos especialistas estão mais dispostos a experimentar o modelo. Do lado da tecnologia, não faltam opções de escolha de ferramentas para elevar a qualidade da experiência de atendimento remoto, com recursos como sensores IoT, inteligência artificial e automação . Mas, como veremos, a realidade ainda está longe do ideal.  

Leia também: RPA na saúde: como obter maior precisão e rapidez nos processos

O uso da tecnologia pelos profissionais de saúde 

A pesquisa Conectividade e Saúde Digital na Vida do Médico Brasileiro, da APM, também desenha um bom quadro sobre o que os profissionais já utilizam em tecnologias no seu dia a dia. Vejamos alguns resultados do levantamento: 

  • 48% utilizam prontuário eletrônico 
  • 18,4% utilizam algum programa de gestão de consultório e pacientes 
  • 2,9% digitalizam exames e imagens 
  • 65% dos profissionais utilizam o Whatsapp para interagir com médicos e pacientes. 

Os dados indicam uma exploração ainda incipiente de tecnologias para telemedicina. Nota-se, apesar disso, a busca por recursos, expressa pelo alto uso do Whatsapp frente a outras ferramentas, como o telefone (24,8%), e de prontuário eletrônico, ferramenta mais difundida entre as instituições.  

Diante disso, percebe-se um vasto território para expansão da telemedicina. 

Telemedicina: mais do que atendimento de urgência 

A legislação entende a telemedicina como “o exercício da medicina mediado por tecnologias para fins de assistência, pesquisa, prevenção de doenças e lesões e promoção da saúde”. 

São autorizados, no escopo desta legislação, três modalidades de telemedicina: a teleorientação, o telemonitoramento e a teleinterconsulta, além dos assinatura eletrônica em receitas e laudos a distância

De acordo com essas modalidades, elencaremos que tipos de serviços estão sendo mais atendidos por meio de ferramentas digitais.

1. Atendimento virtual a urgências de baixa complexidade   

A maioria dos atendimentos em emergência são de baixa complexidade: tanto a identificação quanto o tratamento, em raros casos, necessitam de procedimentos diagnósticos e internação. 

É possível ir além do telefone com a consulta por videoconferência, em que o médico pode ver com mais precisão o estado do paciente. 

A escalada do atendimento virtual em casos de baixa complexidade pode ser uma solução para diminuir a carga de atendimentos em pronto-socorros. 

2. Consultas eletivas virtuais 

Boa parte dos atendimentos eletivos, seja para a primeira consulta, seja para avaliação de exames e retornos, não precisa ser presencial. 

Primeiro, porque nem sempre requerem um procedimento ou exame físico, como no caso de consultas psiquiátricas, psicoterapêuticas ou com nutricionista, acompanhamento de tratamentos feitos em casa e até o acompanhamento de algumas doenças crônicas, cujos exames são apenas solicitados em consultório. 

Então, as consultas virtuais eletivas podem permitir uma melhor gestão dos pacientes, garantia de continuidade de tratamentos e do cuidado. 

3. Telemonitoramento 

O monitoramento remoto de pacientes tem sido considerado uma área fundamental de investimento para líderes, de acordo com levantamento da McKinsey, tanto médico quanto de enfermagem.  

Ele é visto como uma oportunidade de ampliar o nível de cuidado e o valor percebido por pacientes tratados em casa, dada a conveniência de acessar o sistema de saúde sem sair de casa – o que ajuda idosos e crônicos, por exemplo – e facilidade de obter atendimento médico – menos tempo de espera, sem necessidade de agendar horários. 

4. Tele-UTI 

Monitoramento e todos os dados sobre os pacientes transmitidos em tempo real e capazes de detectar variações precocemente, conectados a um centro de atendimento remoto. Na tele-UTI, o médico atende leitos desde qualquer lugar e, por meio de videoconferências ou comunicados, gere as equipes que executam protocolos e procedimentos

Além disso, métricas como tempo de permanência médio e taxa de ocupação de leitos também são monitoradas, permitindo ações para uso de leitos e disseminação de protocolos. 

No Brasil, apesar de incipiente, um programa de tele-UTI já está em funcionamento em hospitais com UTI para atendimento de pacientes com Covid-19, como é o caso do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo/SP. Neste serviço, um canal de contato fica disponível aos intensivistas para sanar dúvidas, discutir manejo de casos e protocolos de assistência com profissionais de outras instituições. 

5. Televisitas 

A proximidade de pacientes com entes queridos e familiares é sabidamente um fator que colabora para a recuperação. Mas, por vários motivos, as visitas podem estar bem limitadas ou até impedidas. 

Por isso, alguns hospitais já adotaram, para remediar, o recurso das televisitas. Os familiares são recebidos no leito do paciente, evitando deslocamentos, problemas com incompatibilidade de horários, contaminação de ambientes esterilizados etc. 

Saiba mais: Você sabe a importância da TI em gestão hospitalar?

Vantagens da telemedicina 

Quando as soluções em telemedicina atendem as necessidades reais da população a que se destinam, colhem-se vários benefícios com a modalidade: 

  • Diminuição de filas para atendimentos 
  • Escalabilidade 
  • Acessibilidade à saúde 
  • Conveniência 
  • Diagnóstico mais rápido 
  • Diminuição de custos. 

Evidentemente, esses benefícios não excluem a modalidade presencial, mas se somam a esse trabalho, que também se beneficia das soluções em telemedicina. 

Desafios da telemedicina 

Há grandes desafios para viabilizar a adoção da telemedicina em larga escala por médicos e pacientes.  E eles são principalmente em TI.

Serviços como os que mencionamos precisam ser adequados às necessidades e preferências dos consumidores, segurança da informação, integração de tecnologias, efetividade, fluxo de trabalho etc. 

Os padrões de qualidade do atendimento virtual – seja ele qual for – não podem nem devem ficar à margem do presencial, sob pena de não gerarem confiança e fidelidade. 

Segundo estimativas do HIMSS – Healthcare Information and Management Systems, o investimento para isso crescerá, girando em torno entre US$ 7 bilhões e US$ 8 bilhões nos próximos cinco anos.  

Até porque, mesmo com a criação de consultórios virtuais, muitos hospitais públicos e postos de saúde ainda não contam com  aparelhos que permitam realizar consultas à distância com segurança.

Além disso, por ser algo novo no país, falta mão de obra especializada e por isso será necessário investir em treinamento dos profissionais de saúde e em tecnologia.

A segurança com os dados do paciente é outro obstáculo a ser vencido com a implementação da telemedicina no país.

Telemedicina já é realidade

Como vimos ao longo do artigo, apesar da telemedicina estar avançando no Brasil ainda está longe de substituir a medicina convencional.

Os benefícios do uso da tecnologia na área da saúde são inúmeros, tanto para profissionais da saúde quanto para pacientes, no entanto ainda há obstáculos a serem superados e investimentos que devem ser feitos nos próximos anos para tornar essa prática cada vez mais usual no país.

Contar com profissionais experientes e capacitados para auxiliar nessa jornada de transformação digital é altamente indicado, ainda mais em uma área com tantos dados sensíveis.

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