Entenda como a pandemia e a crise hídrica no Brasil contribuíram para a aceleração das tendências relacionadas a transformação digital no setor energético
Com o objetivo de se aproximarem cada vez mais de seus clientes e proporcionar a eles experiências inovadoras, empresas do setor energético têm investido em novas tecnologias, a fim de serem assertivas na oferta de serviços e rápidas na resolução de problemas.
Uma das tendências para o mercado de energia elétrica nos próximos anos é, sem dúvidas, o 5G, proporcionando mais conectividade aos processos. Afinal, com as mudanças recentes na legislação de geração distribuída e a popularização de redes inteligentes de internet é seguro afirmar que novos modelos de negócio surgirão para atender às futuras demandas do consumidor deste setor.
A preocupação com a segurança de dados é outra tendência do mercado que deve desafiar gestores de empresas de energia, à medida que avançam na transformação digital. Além disso, o setor precisará encarar em breve a liberdade de escolha do consumidor pela distribuidora de energia que melhor atenda o seu perfil de uso.
Diante do cenário que se desenha, podemos esperar que as tendências para o mercado de energia elétrica se confirmem trazendo novas abordagens para o setor, como foi o caso da inteligência artificial no Brasil, que proporcionou a líderes de diversos segmentos, inclusive do setor energético, o fornecimento de informações precisas para uma tomada de decisão mais assertiva.
Neste mesmo sentido, no trabalho de campo do setor de energia, a revolução digital também foi fundamental para uma medição mais inteligente do consumo de energia, viabilizando um planejamento e uma gestão mais efetiva. Além da possibilidade de oferecer ao consumidor um serviço personalizado, com informações de gastos e tarifas em tempo real.
Neste artigo, vamos abordar as principais tendências para o mercado de energia elétrica e como as crises colaboram para a construção de um setor mais inteligente.
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Investimentos em infraestrutura digital no setor energético
Assim como em outros setores da economia, a pandemia do novo coronavírus acelerou os investimentos em infraestrutura digital, a fim de atender às novas demandas do mercado.
Dessa forma, esse ecossistema de áreas, incluindo conectividade, dados, internet das coisas (IoT) e aplicativos inteligentes tornou-se cada vez mais presente no nosso dia a dia.
No caso do setor energético, há uma forte conexão entre a digitalização e o progresso ambiental, principalmente no que diz respeito às energias de fontes renováveis.
De acordo com o 2020 Global Digital Infrastructure Survey, 63% dos investidores – ativamente envolvidos no financiamento ou fornecimento de infraestrutura digital – acreditam que a pandemia dará um impulso significativo à infraestrutura digital, à medida que as pessoas se tornam cada vez mais dependentes da conectividade.
A pesquisa revela ainda que antes da Covid-19, a energia renovável – incluindo a geração de energia solar e eólica – era para muitos mercados o foco principal para investimentos em infraestrutura voltados para o futuro. Agora, os entrevistados acreditam que a infraestrutura digital crescerá mais rápido do que estradas, infraestrutura social e energias renováveis.
A tendência nos investimentos em infraestrutura digital é enfatizada pelo Fórum Econômico Mundial (WEF), que estima que, em 2028, a economia digital representará 25% do PIB global.
Investir em infraestrutura digital é uma necessidade, segundo os entrevistados da pesquisa global. “Nações que não investem em infraestrutura digital correm o risco de perder competitividade e ficarão para trás”, de acordo com quase 60% dos respondentes do estudo. Outros 24,7% dos entrevistados pensam que os retardatários perderiam a construção de uma economia baseada no conhecimento e empregos decorrentes dessa estratégia.
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Setor energético tem potencial para gerar milhares de empregos
Embora 2021 tenha iniciado com mais uma crise hídrica, em decorrência do período de estiagem e falta de estrutura relacionada à capacidade de geração e distribuição energética, que resultou no aumento do valor das contas de energia, o país está crescendo e, com isso, novos empregos no setor estão surgindo.
De acordo com Heverton Bacca, coordenador do curso de engenharia elétrica do Centro Universitário Facens, a demanda de consumo de energia elétrica no Brasil tende a crescer proporcionalmente ao PIB. Sendo assim, há sempre a necessidade de investimento em geração, produção e distribuição de energia elétrica e, consequentemente, ocorre o aumento da oferta de emprego no setor.
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Aposta em inovação para avançar no setor energético
Enquanto outros mercados de energia, como o dos Estados Unidos e de países da Europa, geram altos valores agregados no setor energético investindo em inovação, por meio do uso de novas tecnologias, o mercado nacional ainda patina nesse sentido.
De acordo com Marcelo Bernardino, diretor de Energia e Indústria da Minsait no Brasil, grande parte dos serviços de digitalização no país estão relacionados à manutenção de sistemas que mantêm as estruturas operando.
Nos próximos anos, acreditamos que será fundamental investir em inovação e novas tecnologias, especialmente se analisarmos um contexto de longo prazo, como a inserção dessas redes em um contexto de cidades inteligentes.
Um estudo que analisa a maturidade digital de empresas do setor elétrico, realizado pela Minsait mostrou que 36% das empresas analisadas dispõem de planos estratégicos para a transformação digital com foco em visão estratégica e de futuro.
Além disso, 45% das companhias contam com uma liderança específica para o setor tecnológico e 55% delas com programas para fomentar a inovação como cultura.
Apesar disso, Bernardino acredita que esse cenário deve mudar em breve e esses números devem ficar ainda mais expressivos:
Hoje vemos aspectos indiretos de serviços e receitas acessórias, como os meios de pagamentos ou projetos de eficiência energética e automação, sendo responsáveis por gerar novas estratégias dentro das companhias de utilities. Acreditamos que isso deve trazer impactos diretos para o consumidor final nos próximos dois anos, ampliando a nossa capacidade de atuar com inteligência dentro do setor.
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O futuro da indústria de energia
Como vimos, tanto a crise hídrica quanto a pandemia da COVID-19 foram fatores que impulsionaram a transformação digital nas empresas do setor energético e aceleraram o uso de novas tecnologias para atender às novas demandas do mercado.
Entre as principais tendências do mercado de energia elétrica destacamos os investimentos em infraestrutura digital, novos postos de trabalhos para engenheiros elétricos e a aposta em inovação a fim de alavancar os negócios dessa área.
Assim, para o futuro da indústria da energia podemos esperar produtos e serviços inteligentes, que fazem uso das novas tecnologias e valorizam as relações digitais com consumidores cada vez mais livres para escolherem como querem receber energia.
Contudo, podemos concluir que empresas de energia bem-sucedidas serão aquelas que estarão alinhadas às mudanças impostas pela nova realidade, inclusive incentivando e promovendo o uso de energias renováveis.
Pois, à medida que as energias limpas tornam-se mais acessíveis e a sustentabilidade ambiental exerce uma influência forte no consumo desse setor, os consumidores esperam uma experiência de energia integrada, com fontes usadas para mais de uma utilidade, como alimentar suas casas e veículos ao mesmo tempo e de forma limpa.
Há quem diga que o futuro da energia elétrica foi antecipado pelas crises e já está batendo na porta. Resta saber se líderes desse setor acompanharão as tendências do mercado de energia ou ficarão para trás nessa jornada de transformação digital.
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