Veja quais os mitos sobre o trabalho híbrido e porque não se sustentam já que o modelo impulsiona resultados e está mais alinhado com a busca do profissional
É inegável que a pandemia trouxe inúmeras reflexões para o mundo corporativo. Uma delas foi a respeito do modelo de trabalho adotado pelas organizações. Em pouco tempo, tivemos algumas transformações que talvez demorassem anos para acontecer.
A primeira grande mudança foi no auge da proliferação mundial da COVID-19. Com as exigências de isolamento social, muitos profissionais, que sequer haviam experimentado o home office, passaram a atuar remotamente. Depois, com a doença mais controlada em diversos países, o trabalho híbrido se estabeleceu como um modelo promissor.
Hoje, já vemos empregadores reconhecendo que o trabalho orientado a propósitos, com um ambiente mais humanizado pode trazer mais resultados para a empresa.
Segundo o chefe de pesquisa da Gartner, Chris Howard, a pandemia tem sido um catalisador para elevar o propósito e os valores pessoais.
O Gartner entrevistou mais de 3.500 funcionários em todo o mundo em outubro de 2021, e 65% disseram que a pandemia os fez repensar o lugar que o trabalho deveria ter em suas vidas. Cinquenta e seis por cento disseram que isso os fez querer contribuir mais para a sociedade. Isso se traduz em um exame de consciência sobre se você se sente valorizado em seu trabalho ou se está apenas criando resultados e valor para beneficiar os outros. A insatisfação com as respostas aumenta a intenção de deixar o emprego.
A pesquisa revela ainda que 39% dos trabalhadores podem sair se o gestor insistir em um ‘retorno duro’ ao trabalho totalmente no local.
Mas, apesar desses dados, ainda há organizações e líderes que ignoram os fatos e insistem em não pensar a respeito do futuro do trabalho. No entanto, não é mais uma opção. Para se manter competitivo é preciso se alinhar à nova realidade.
Por isso, neste post, vamos abordar 7 mitos sobre o trabalho híbrido, levantados em pesquisa da Gartner, e mostrar porque não se sustentam nessa nova dinâmica de trabalho, em que o profissional busca valor pessoal e propósito no âmbito profissional e as empresas desejam reter talentos para atingir resultados, independente do local de trabalho.
1. Em breve o trabalho voltará ao presencial
Até o início da pandemia, muitas organizações operavam em ambientes presenciais. Porém, durante a crise da COVID-19, a maioria das empresas passou a atuar remotamente e os executivos viram valor nesse novo modelo de trabalho pelos resultados apresentados.
No entanto, apesar de alguns líderes acreditaram que, com o fim da pandemia, o trabalho voltará ao presencial, a pesquisa revela que esse modelo de trabalho tornou-se arcaico e desnecessariamente limitante, principalmente para fatores importantes nos dias de hoje como a alta produtividade e a inovação.
A realidade é que estratégias híbridas de força de trabalho vieram para ficar, com executivos animados com os resultados. Para eles, não importa mais quando e onde o trabalho é feito. O relevante para os negócios é o ganha ganha entre empresa e profissional. Atualmente, principalmente na área de tecnologia, o executivo que reverter o trabalho híbrido para um modelo do passado corre sérios riscos de perder o talento.
2. Profissionais são menos produtivos quando estão remotos
Muitos executivos e gestores duvidam da produtividade de profissionais que estão em home office, alegando que como líderes precisam ver e ter contato presencial com seus liderados para saber se eles estão trabalhando e sendo produtivos.
Porém, a realidade de hoje, segundo os números apresentados pela pesquisa da Gartner, é bem diferente. Segundo os dados, a produtividade dos profissionais tende a aumentar com a flexibilidade de lugar e horário de trabalho, refletindo em um percentual de alto desempenho. Isto é, com o trabalho híbrido, em que o profissional escolhe onde e quando trabalhar há um aumento de 40% sobre o trabalho presencial.
A realidade apontada é que os profissionais prosperam quando recebem flexibilidade total. Ou seja, o que incentiva a produtividade não é o monitoramento por meio do microgerenciamento, e sim uma cultura de confiança, empatia e empoderamento. Isso significa que os gestores que querem manter seus talentos produtivos devem se concentrar nos resultados do trabalho, em vez de métricas de atividades.
3. Troca por acaso são o melhor motor da inovação
Alguns líderes, até pouco tempo atrás, acreditavam que equipes muito distribuídas, que não se encontravam por acaso no corredor não desencadeavam conversas e faziam trocas, prejudicando a inovação. No entanto, isso já tinha sido contestado, quando observou-se que muitas situações como essas acabavam prejudicando novas ideias, pela falta de uma comunicação assertiva.
Além disso, a pesquisa mostra, por meio de dados, que trabalhar juntos não é a única forma de impulsionar a inovação. O trabalho assíncrono é tão importante para a inovação em equipe quanto o trabalho síncrono.
A chave é criar oportunidades intencionais para colaborar. E, nesse ponto, os líderes têm um papel fundamental, que é direcionar a intencionalidade à inovação como uma norma-chave. Além disso, deve fornecer acesso aos 4 diferentes modos de trabalho e colaboração.
4. Alguns trabalhos não pode ser realizados remotamente
Alguns executivos insistem que seus profissionais não podem atuar remotamente pela natureza do trabalho que exercem, onde o local de trabalho padrão é um componente chave. Assim, veem a flexibilização do trabalho híbrido um empecilho para adotar esse modo de trabalho.
Entretanto, a pesquisa mostra que não são só os trabalhadores que exercem atividades que são consideradas mais fáceis de operar remotamente que valorizam a flexibilidade. Para 53% dos entrevistados ter opções de trabalho oferecidas pela organização é importante.
Contudo, a pesquisa conclui que modelos híbridos de força de trabalho olham além dos papéis. Líderes podem observar oportunidades de flexibilidade em qualquer trabalho, mesmo em profissionais da linha de montagem de uma fábrica até cirurgiões em tarefas que não sejam intransponíveis.
5. É preciso contato presencial para sustentar a cultura
Apesar da cultura organizacional ser algo que independe da presencialidade, muitos líderes e executivos acreditam que um contato presencial em modelo híbrido de trabalho pode acabar por diluir a cultura da empresa, uma vez que as pessoas não estão juntas para fortalecer.
No entanto, a realidade revelada pela pesquisa é que modelos híbridos de força de trabalho oferecem uma oportunidade para reforçar a cultura, uma vez que os profissionais não absorvem a cultura da empresa porque estão juntos em um ambiente físico. Muito pelo contrário.
O trabalho remoto ou híbrido gera uma maior satisfação com a cultura. Dados da pesquisa mostraram que para 66% dos entrevistados o trabalho híbrido obteve impacto positivo na cultura da organização.
6. Modelos híbridos de trabalho prejudicam a diversidade
Preocupações de que o profissional se sentissem desconectados dos colegas e da empresa no modelo de trabalho híbrido ainda são bastante comuns entre gestores que acreditavam que pessoas separadas fisicamente prejudicam iniciativas de diversidade, equidade e inclusão.
Entretanto, o imperativo do trabalho híbrido é facilitar a flexibilidade, garantindo que todos tenham oportunidade de participar de forma igual. Adotar abordagens de trabalho flexível não torna empresas e gestores contra a diversidade, e sim a favor.
De acordo com a pesquisa do Gartner, 81% dos profissionais com deficiência revelaram ser mais propensos a se sentirem respeitados em um ambiente híbrido do que quando atuavam em um determinado local de trabalho.
7. O trabalho híbrido força um aumento da infraestrutura de TI
Quase 70% dos trabalhadores de infraestrutura e operações veem as prioridades de velocidade e agilidade de uma empresa em desacordo com as políticas de infraestrutura para confiabilidade e eficiência.
Porém, a realidade é que organizações resilientes redesenham constantemente suas estratégias de infraestrutura. Seja no modelo presencial, remoto ou híbrido, as pessoas utilizam tecnologias, processos e ferramentas para capacitar forças de trabalho diversas e a infraestrutura precisa acompanhar essa evolução.
Por isso, a nova realidade exige que você como líder de TI e executivo de negócios defina os requisitos, invista em serviços baseados em nuvem e preocupe-se com a segurança. Abrace as melhores práticas e esteja pronto para atender as necessidades de seus profissionais de qualquer lugar.
Saiba mais: Como gerenciar profissionais de TI sem microgerenciamento?
O futuro do trabalho é híbrido
Como vimos, a pandemia do novo coronavírus criou uma mudança repentina no nosso modelo de trabalho, no entanto com impactos duradouros.
O trabalho híbrido se estabeleceu como o modelo mais próximo do ideal para a maioria dos profissionais, principalmente da área de tecnologia.
A nova abordagem centrada nas pessoas quebrou suposições antigas sobre o local de trabalho. Mas, ainda restam algumas organizações alavancar uma estratégia híbrida de força de trabalho para conquistar resultados mais eficientes.
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